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A história da vida e da obra de José Saramago, o "escritor tardio" que deu o único Nobel da literatura a Portugal, vai ser contada num documentário a ser emitido esta quarta-feira em horário nobre na RTP1.
O documentário "procura ser um retrato da vida e da obra de José Saramago, contado de um modo que não é o da convencional biografia.
Começamos pelo momento da grande viragem, quando ele escreve `Levantado do Chão` [no final da década de 1970] e encontra a sua maneira de escrita", explicou à Lusa o autor e jornalista Alberto Serra.
No trabalho do jornalista da RTP, estão os "pontos cardeais" da vida do escritor, desde Azinhaga do Ribatejo, onde José Saramago nasceu, até Lavre, onde escreveu "Levantado do Chão" e começou a caminhada para o Nobel, além de Lisboa e Lanzarote, onde vive actualmente.
Testemunhos e depoimentos de quem o conheceu na infância e de quem o conhece agora fazem parte do documentário.
A companheira Pilar del Rio, a filha Violante, o "colega" Gabriel Garcia Marquez, o ensaísta Eduardo Lourenço, o professor e linguista Carlos Reis e o crítico literário norte-americano Harold Bloom são alguns dos que falam do homem e do escritor.
As reconstituições e criações de atmosferas permitem ao grande público entrar na obra do Nobel, "sem que tenha de fazer um esforço enorme de perceber as leituras".
Marionetas, um coro tradicional alentejano e leituras ilustradas com imagens cinematográficas foram os recursos escolhidos por Alberto Serra e Pedro Silveira Ramos, "autor da linha gráfica e imagens".
"Há um momento feito em teatro de marionetas, para recriar `As Intermitências da Morte`, que conta com um personagem adicional, que é o próprio Saramago, a assistir à representação", ilustrou a título de exemplo Alberto Serra.
"Em `Todos os Nomes` [título de uma das obras de Saramago] procurámos recriar o ambiente da conservatória onde o José [personagem central] anda à procura dos registos de nascimento de uma mulher que veio a descobrir mais tarde que desapareceu.
As imagens são complementadas com a leitura de excertos do livro feita pelo actor João Reis", explicou ainda.
No documentário há uma preocupação em "humanizar", aproximar a "figura" do público em geral.
"Como ele próprio diz, as pessoas têm ideia que ele é distante, duro, arrogante, e há momentos neste documentário em que essa ideia é desmontada pelo próprio Saramago", disse Alberto Serra.
Quarta-feira às 21:00, logo após o "Telejornal", os telespectadores podem aproveitar para "conhecer melhor Saramago e aperceberem-se da riqueza e profunda humanidade que a sua obra mostra", adianta.
O documentário vai para o ar no chamado "horário nobre", exactamente 10 anos depois de o prémio Nobel da Literatura ter sido atribuído a José Saramago.
A escolha do horário é vista pelo autor como "uma das obrigações do serviço público de televisão".
Fonte da notícia: RTP
Etiquetas: documentário, Escritor, José Saramago, literatura, livros, obra, Prémio Nobel, RTP, vida