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sábado, 7 de junho de 2008

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Portugueses criam robô para detecção de minas

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Tecnologia. Graças a um projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), uma equipa de investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica, da Universidade de Coimbra, desenvolveu um robô que consegue detectar minas antipessoal. É o 'Landmine Detecting Robot', ou 'Ladero', apenas.

"Ladero" já foi testado com sucesso num campo militar na Bélgica

O Ladero é um robô, com tudo o que se espera de um robô: tem oito patas, uma "barriga" cheia de fios e mecanismos, um corpo feito com peças de metal e mexe-se sozinho, controlado à distância. Mas esta máquina é muito provavelmente o único robô do mundo concebido para detectar minas antipessoal enterradas no chão e está pronto a ir para o terreno trabalhar.

Pelo menos, Lino Marques, que coordenou o seu desenvolvimento no Instituto de Sistemas e Robótica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (ISR/FCTUC) não conhece nenhum sistema idêntico. "Há uma máquina grande, utilizada pelos exércitos para abrir corredores de passagem em campos minados, que vai à frente, e que detecta e rebenta as minas que encontra", explica o professor e investigador de Coimbra, notando que às vezes há minas que passam no seu crivo.

O Ladero tem várias vantagens. Ocupa um espaço pequeno (um cubo com um metro de lado, sensivelmente), é autónomo na progressão no terreno, porque tem um sistema de navegação que lhe permite detectar obstáculos e irregularidades no solo, e finalmente, tal como revelou nos testes a que foi sujeito, consegue detectar todas as minas que estiverem enterradas num determinado local, incluindo as de plástico, que são grande parte das minas antipessoal em uso, e também as mais difíceis de apanhar.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o sistema levou oito anos a ser criado nos laboratórios do ISR, em Coimbra.

A ideia de desenvolver um robô para desempenhar esta tarefa surgiu a Lino Marques no final dos anos 90, numa altura em que o problema das minas antipessoal, que vitimam sobretudo civis em países pobres, tinha uma presença forte na agenda mediática. Houve por essa altura a viagem da princesa Diana a Angola, para dar visibilidade à questão, e o prémio Nobel da Paz foi atribuído a uma campanha e à sua líder, Jody Williams, para banir estas minas e desminar os territórios onde elas persistem.

Porque a questão o interessava, o investigador decidiu ir a Toulouse, França, participar num workshop sobre a utilização de robôs em situações deste tipo. "Logo a seguir, fizemos um projecto com dois alunos para detectar a variação térmica numa superfície utilizando radiação infravermelha", conta o professor e investigador de Coimbra. Na prática tratou-se de usar microondas para aquecer o solo, onde havia objectos de plásticos, que eram depois assinalados por sensores de infravermelhos. "Depois decidimos avançar para o robô. Submetemos um projecto à FCT, em 1999, para construir a plataforma [que viria a ser o corpo do robô], investigar vários métodos possíveis de detecção de minas e conceber um sistema de navegação para dar autonomia à máquina".

Em 2002, "a plataforma já se mexia", lembra Lino Marques. Para a detecção de minas, a equipa explorou várias vias: a detecção de metais, de calor, via infravermelhos, e detecção química.

Hoje o Ladero tem detectores de metais e de calor. A química ficou pelo caminho neste projecto - "não há exactamente um químico que se tire da prateleira pronto a usar", diz o investigador -, mas o trabalho feito acabou por dar origem a uma linha de investigação hoje importante no ISR de Coimbra, para o desenvolvimento de robôs que cheiram.

Neste momento, o Ladero está terminado e pronto a entrar em acção. Há três semanas, uma comitiva ligada ao governo angolano visitou o laboratório e ficou impressionada com ele. Mas para já não há nenhuma proposta de aplicação prática ou de transferência das potencialidades do robô para o mercado. "Mas se houver, estamos abertos a isso", conclui Lino Marques.

Fonte da notícia: Diário de Notícias

Nota Pessoal:

Parece que o investimento que José Sócrates e o seu governo tem feito em Portugal na área das novas tecnologias está a dar os seus bons frutos. Um excelente trabalho por parte dos investigadores e cientistas portugueses na área da robótica.

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