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A tecnologia é a «amante» do século XXI e tem levado muitos casais a procurar ajuda contra este intruso que, silencioso e económico, rouba cada vez mais espaço às famílias, ao amor e ao sexo, escreve a Lusa.
O sexólogo Júlio Machado Vaz não hesita em eleger este como o problema conjugal que mais tem crescido nos últimos tempos. «Não há uma semana em que não me entre um casal pelo consultório dentro com problemas graças à tecnologia», disse à Lusa.
A propósito do Dia dos Namorados, que se assinala sábado, Júlio Machado Vaz contou que, com as novas tecnologias, nomeadamente a Internet, «o outro isola-se».
Na Internet, explicou, «com outra pessoa do outro lado ou apenas a própria tecnologia, um dos elementos do casal isola-se facilmente», deixando o outro sozinho.
«Demasiado tempo com a tecnologia»
O resultado, revelou, é uma dificuldade acrescida de comunicação que necessita de uma intervenção profissional. Às vezes, esse «tratamento» é possível. Noutras, a solução é mesmo o divórcio.
Nos Estados Unidos, «já há divórcios decretados por causa da pessoa passar demasiado tempo com a tecnologia», contou.
Os computadores têm ocupado o espaço cada vez menor dos casais que, em muitos casos, é vivido entre frases: «Dá-me o arroz! Leva os miúdos!», ilustrou.
«Não há desejo que sobreviva às pressões do dia a dia e muito menos aos receios de problemas como a crise», disse o sexólogo, que contabiliza já 30 anos de consultas nesta área.
A experiência levou-o a identificar este século como o dos problemas do desejo, que atinge os dois sexos.
Sexualidade tem pouco espaço
«Somos procurados cada vez mais por pessoas que nos dizem que, com o tipo de vida que levam, a sexualidade tem pouco espaço e que, por isso, têm um sexo mecânico sem qualquer erotismo», disse.
«O erotismo exige tempo e descoberta», afirmou, contando que tem casos - cada vez mais frequentes - de casais que só têm sexo ao sábado à noite, porque sabem que podem dormir mais umas horas na manhã seguinte.
Mas o erotismo precisa de outras coisas. Como dinheiro, diz Júlio Machado Vaz, contando que, em plena crise, o casal pode sempre tentar reavivar os sentimentos que manteve quando casou por amor.
E esses «truques» - que são a verdadeira prescrição dos sexólogos - podem passar por um inesperado jantar a dois ou um fim de semana romântico.
Truques que, como disse o especialista, custam dinheiro e, em tempos de crise, podem ficar comprometidos. A crise atinge, aliás, os casais de muitas formas e pode, inclusive, ser o motivo da própria crise conjugal.
«Não há romantismo que resista à preocupação de não ter comida para dar aos filhos no dia seguinte», disse.
O sexólogo revelou ainda que, ao contrário do que a indústria farmacêutica gostaria, não existe nenhuma pílula sexual, como existe para os homens.
Também nessa área é a imaginação que se prescreve e recomenda. «Há homens que apostam em dar dois copos de vinho à mulher e garantem efeitos fabulosos. Mas o segredo está na envolvência», disse. Os pretextos são, por isso «bem-vindos», afirmou. Como o Dia dos Namorados.
Fonte:
IOL Diário Etiquetas: amante, Amor, animação, banda desenhada, Cartoon, Computador, Divórcio, famílias, Informática, Internet, intruso, isolamento, Micro, namorados, século XXI, sexo, sexólogo, tecnologias