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O robot-pintor do artista português Leonel Moura, em exposição numa mostra de tecnologia em São Paulo, tem suscitado polémica em torno da criação artística a partir de uma inteligência artificial. «Até que ponto nós estamos dispostos a aceitar que uma obra possa ser feita com criatividade artificial?», questiona uma reportagem da edição deste mês da revista Bravo, ao destacar a criação de Leonel Moura.
Apresentado na quarta edição da bienal internacional de arte e tecnologia, patente ao público até 14 de Setembro, o robot português realiza obras de arte no estilo das pinturas gestuais.
A inspiração do RAP (Robotic Action Painter), que integra o acervo do Museu de História Natural de Nova Iorque, são as informações inseridas na sua memória e os dados recebidos do público.
Semelhante a uma formiga, o robot passeia sobre uma folha de papel, pára, baixa uma das suas seis canetas coloridas e começa a fazer um desenho de traços e tons vibrantes.
«O seu programa dá-lhe plena autonomia para escolher por onde circular, o que fazer e quando parar. Trata-se quase de um anti-programa», disse o artista à revista Bravo.
É arte?
Ao fim de dois dias de trabalho, desde a abertura da exposição, no fim de Junho, o RAP decidiu que havia terminado uma obra, mas poderia ainda estar debruçado sobre a mesma peça.
«O desenho pronto, assinado por ele e por seu inventor, encontra-se pendurado em uma das paredes da instituição (local da bienal). É arte?», questiona a revista.
Leonel Moura garante que o trabalho de seu robot é arte, porque os seus trabalhos são criativos e os desenhos não se repetem. «Eu identifico arte com criatividade, com o facto de se fazer algo que não existia antes. Nenhum desenho ou pintura do meu robot se repete ou copia alguma coisa já vista. Ele não se submete a um conjunto de instruções. Ele cria», argumenta o artista.
Como funciona o RAP
«Quando eu anuncio a possibilidade da criatividade artificial, evidentemente proponho uma ruptura com a arte muito calcada no indivíduo. Confirmo que a arte pode nascer de um componente não-humano e sobre o qual eu, de facto, não tenho o menor controlo».
Leonel Moura salienta que o RAP decide quando o seu trabalho pode ser considerado pronto, por meio do anti-programa. «Instalo no robot comandos binários como: Se tiver de usar uma caneta, escolha você se vai usar ou não. Se optar por usar uma, escolha você qual delas. E assim por diante».
Especialista na área de inteligência artificial e robótica, Leonel Moura criou o Robotarium, em 2007, o primeiro zoológico de robots, localizado em Alverca, Portugal.
«Estagnámos nessa visão romantizada do autor, e a Internet acabou de repente com essa possibilidade de endeusar tanto um artista. No universo dos sites, o que nos interessa é o conteúdo, não quem o colocou lá».
Vinte robots produzem pinturas por 10 mil dólares cada
No seu atelier, o artista português vive cercado por vinte robots, com pinturas que são vendidas por 10 mil dólares, refere a revista. «As pessoas compram porque os quadros ficam realmente bonitos, mas também porque se encantam com a história dos robots».
A quarta edição do evento apresenta ainda outros 15 trabalhos de artistas da Áustria, Bélgica, Brasil, Colômbia, Coreia, Estados Unidos, França, Inglaterra, México e Suécia.
A mostra incluiu ainda robots que lêem as expressões faciais dos visitantes e respondem com emissão de cores, carpas que se transformam em peixes-DJs, alterando com os seus movimentos o som ambiente da exposição, entre outros.
Fonte da notícia:
IOL Diário Nota Pessoal:
Quer seja arte quer não seja julgo que o que interessa realmente é que o artista está a fazer grande dinheiro com a sua arte artificial.
Etiquetas: arte, artificial, criatividade, Leonel Moura, pintura, robot-pintor