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O dia 31 de Julho, hoje, é considerado oficialmente o dia internacional do orgasmo. A temática foi criada por uma rede de sex shop inglesas como estratégia de marketing para conseguirem vender mais material erótico mas, mesmo tendo a questão comercial por trás, o intuito é esclarecer.
Do grego orgasmós, movimento impetuoso dos humores, é o clímax do acto sexual que, no homem é acompanhado da ejaculação de sémen e, na mulher, corresponde à excitação máxima durante a qual ocorrem contracções na vagina, a que se segue, em ambos os casos, o declínio da tensão, é assim que o dicionário da língua portuguesa descreve o orgasmo, mas, há quem diga que o orgasmo é muito mais que isso.
«O órgão sexual do ser humano está entre as pernas»
Júlio Machado Vaz, sexólogo, acredita que o orgasmo «é um misto entre o fisiológico e o psicológico» e não apenas físico como se convencionou. «No homem, em regra, o orgasmo é muito fisiológico mas na mulher a resposta é muito mais complexa. Fisiologicamente a mulher é muito mais discreta no orgasmo mas ao mesmo tempo mais intensa psicologicamente», explica ao PortugalDiário.
«Como disse um dia uma feminista, 'o órgão sexual do ser humano está entre as pernas'», disse o sexólogo confirmando a necessidade do erotismo e da abordagem extra-física.
Existem ainda muitas questões que rodam em torno do «complexo» orgasmo feminino. Existem estatísticas que apontam para o facto de muitas mulheres nunca terem sentido um orgasmo e de somente 30 por cento atingirem o clímax regularmente. Muitos estudos apontam para o facto de que 80 por cento das mulheres fingirem o orgasmo mas ainda faltam muitas explicações sobre o assunto.
A falta de conhecimento do corpo feminino, tanto por parte da mulher como por parte do parceiro, é um dos argumentos muito utilizados quando se tenta explicar a ausência do orgasmo na mulher
Para o sexólogo, o que falta à sexualidade portuguesa é erotismo, apesar de actualmente já se falar de forma muito mais aberta de sexo e de tudo o que lhe está inerente ainda falta toda a dimensão do prazer sexual. «A sociedade hipersexualizada é, no entanto, muito pobre em erotismo», sublinhou.
«O dia internacional do orgasmo é potencialmente perigoso porque reforça o estereótipo. Temos que ter consciência que o prazer sexual não é exclusivamente o orgasmo e que envolve outras dimensões. Pode haver prazer sem orgasmo», explicou o especialista.
Quanto ao tão falado tempo que se demora para atingir o orgasmo Júlio Machado Vaz é peremptório em afirmar que os tempos são uma «patetice». «Vivemos numa sociedade que tem necessidade de medir tudo mas que cada caso é um caso e estes não são passíveis de ser medidos e comparados».
«Imagine uma mulher que está farta do seu companheiro, se este tem ejaculação precoce ela não se vai chatear nem vai dizer nada. Agora, se gosta de estar com o parceiro e este tem algum problema ela vai chamar atenção e vai querer que este o resolva o mais rápido possível», contou.
O dia internacional do orgasmo, criado há oito anos, em Inglaterra tem gerado muitos euros em toda a Europa para a indústria mas também tem sido aproveitado para incitar à discussão sobre o assunto.
Etiquetas: Dia Internacional, orgasmo, sexo