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Uma mulher de 48 anos veio de Magdgebourg, a 120 quilómetros de Berlim, para ouvir Barack Hussein Obama, que há algumas décadas tinha sido um miúdo preto "com um nome esquisito", como ele próprio escreve na sua autobiografia Dreams of my Father, e hoje é o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos da América.
A mulher chama-se Barbel Unterseher e foi desencantada pela AFP no meio da multidão no centro de Berlim em êxtase perante Barack Obama, o homem que lhes foi falar "não como candidato à Presidência, mas como cidadão". Logo no início do discurso, citizen Barack Obama lembrou a Berlim o quanto improvável era, há alguns anos, esta jornada de glória e como ele pouco se parece com os americanos que estiveram ali antes dele: "My mother was born in the heartland of America, but my father grew up herding goats in Kenya" [A minha mãe nasceu no coração da América, mas o meu pai cresceu a pastar cabras no Quénia.]
Frau Unterseher "quis beijá-lo", porque ele "exprimiu-se tão bem". As mulheres, e alguns homens, querem beijar Obama - há um evidente sexual power que irradia do homem, independentemente dos outros itens mais objectivos que produzem o fascínio da candidatura. Um fascínio que até ganhou nome próprio, a obamamania, e que arrancou nos Estados Unidos, aonde esta história pertence, para agora se estender à Europa e ao resto do mundo num processo que começa a tocar o fervor religioso - que as circunstâncias históricas que levaram à quebra da relação entre os Estados Unidos e o resto do mundo na era George Bush podem explicar racionalmente.
It is what it is, comentou John McCain, o adversário de Barack Obama, perante o contingente de jornalistas que os órgãos de comunicação social americanos mobilizaram para o baptismo de Obama em "Foreign Affairs".
It is what it is é uma fantástica fórmula para designar o estado presente do senador McCain. It is what it is tem um sentido idêntico à expressão portuguesa "as coisas são como são". McCain é objectivamente um homem já conformado com o que lhe vai suceder em Novembro.
Em Berlim, citizen Obama derramou, perante milhares de europeus aturdidos, os baldes de esperança com que conquistou - numa partida improvável há um ano - a nomeação democrata. O discurso é irresistível e não é de plástico, como algumas luminárias mortas de cepticismo acusam. Citizen Obama quer refazer a aliança com a Europa destruída por Bush, diminuir as emissões de dióxido de carbono, lutar pela liberdade de um blogger no Irão, captar os governos europeus para o esforço de guerra afegão e, finalmente, "derrubar os muros entre os países que têm mais e os que têm menos, os muros entre raças, entre credos, entre imigrantes e nacionais". It is what it is.
Fonte da notícia: Diário de Notícias
Etiquetas: Barack Obama, Citizen, EUA, Europa, Mundo