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segunda-feira, 23 de março de 2009

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Os dez mandamentos da Igreja em África

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O Instrumento de Trabalho do Sínodo dos Bispos sobre África, que decorre em Outubro, foi entregue pelo Papa esta semana aos bispos do continente. O texto sintetiza os desafios que a Igreja Católica enfrenta em África. O PÚBLICO selecciona dez.
Pobreza e delapidação do continente
Os recursos naturais africanos são "confiscados e delapidados" por grupos de interesse, há trabalhadores a receber "salários indecentes", subsiste a escravatura. O retrato de África não é meigo. E mesmo se o texto do sínodo não insiste na fome ou na pobreza absoluta de tantos, o Papa não se esqueceu de referir o problema à sua chegada a Luanda. Os agricultores não podem ficar reféns das sociedades produtoras de organismos geneticamente modificados, que pretendem solucionar o problema alimentar, mas que não podem fazer esquecer os "verdadeiros problemas" dos camponeses. As mudanças climáticas fazem--se sentir, "comprometendo os ganhos modestos das economias africanas". Os bispos não podem "ficar insensíveis a estas questões", diz o texto.
Globalização ignora África
A globalização "tende a marginalizar o continente africano", mas é impossível ignorá--la. Até pelas consequências nefastas que já tem no continente: "Forças internacionais exploram [a] miséria do coração humano", apoiam "poderes políticos que não respeitam os direitos humanos" e a democracia, "fomentam guerras para vender armas". Os programas de reestruturação das instituições financeiras têm consequências "muitas vezes funestas" e fragilizaram as economias africanas. As multinacionais invadem o continente "com a cumplicidade dos dirigentes africanos". Na exigência de maior justiça, o texto do sínodo não esquece a necessidade de a própria Igreja Católica dar exemplo: "Deve, antes de mais, viver a justiça no seu seio", diz o documento. Até porque "os salários justos nem sempre são garantidos" e a gestão dos bens "padece, por vezes, de falta de transparência".
Mais e melhor democracia
Há mais democracia em África do que há década e meia, quando se realizou a primeira assembleia do Sínodo dos Bispos sobre o continente, verifica o documento. "A emancipação dos povos do jugo dos regimes de ditadura anuncia uma nova era e o início, ainda que tímido, de uma cultura democrática." A Igreja quer-se manter imparcial na luta política, fez de mediadora em vários processos de transição e iniciativas como as comissões de Verdade e Reconciliação vieram ao encontro da tradição africana da "árvore das palavras" e do conceito cristão do perdão, diz o texto. A Igreja quer agora empenhar-se numa África mais reconciliada e mais democrática. Disse-o o Papa na chega a Luanda, sexta-feira, quando referiu os princípios de uma "democracia civil moderna": respeito pelos direitos humanos, governos transparentes, magistratura independente, comunicação social livre, administração pública honesta.
Conflitos também chegam à Igreja
A guerra é uma das tragédias africanas várias vezes e sob diversas formas referida no texto de preparação do sínodo. Mas o documento não arrisca propor a não-violência como lógica de resolução dos conflitos, limitando--se a enaltecer os cristãos que, nos exércitos, testemunham o respeito pela deontologia militar, os bens e as pessoas" e levantam a sua voz "contra a venda de armas". Mas também a Igreja Católica não escapa à lógica do conflito: "As divisões étnicas ou tribais, regionais ou nacionais, as atitudes xenófobas verificam-se igualmente nalgumas comunidades eclesiais, nas atitudes e propósitos de certos pastores", reconhece o documento. Não é difícil perceber a alusão à guerra civil e aos massacres no Ruanda, em 1994 - precisamente quando decorria a primeira assembleia do Sínodo dos Bispos sobre África - naquele que era um dos países africanos com mais forte presença católica. As divisões chegam ao interior de várias conferências episcopais, onde os bispos se dividem no apoio a diferentes partidos. Para falar "com autoridade aos dirigentes políticos", a hierarquia católica terá que "falar a uma só voz" sobre as situações conflituosas dos povos africanos, sugere o documento.
Eurocentrismo na liturgia?
"A Igreja só pode formar autênticos cristãos se encarar com seriedade o enraizamento cultural da mensagem evangélica", afirma o texto de trabalho do sínodo. Esta é uma tensão permanente no cristianismo: até onde ir na adaptação à cultura local, respeitando o essencial da fé cristã? Para muitos teólogos, o que se passou no Ruanda em 1994 foi mesmo consequência de levar até ao extremo a inculturação cristã - tornando-a uma tribalização. Mas este debate relaciona-se também com a liturgia: em África, uma missa sem dança não é dança. O Papa avisou, no seu discurso aos bispos nos Camarões, quarta-feira: "Habitualmente, estas celebrações eclesiais são festivas e animadas, exprimindo o fervor dos fiéis (...). Entretanto, é essencial que a alegria assim manifestada não seja obstáculo mas meio para entrar em diálogo e comunhão com Deus, através de uma real interiorização." Este pode ser mais um aviso do pensador europeu que é Bento XVI, contra os "desvios" à norma católica. Ontem, a missa da manhã em Luanda teve, aliás, apenas cânticos litúrgicos de origem europeia.
Buscar a matriz da religião tradicional
Nem sempre é fácil a relação do cristianismo com as religiões tradicionais africanas. O documento entregue pelo Papa aos bispos fala dos valores da cultura africana, quase sempre presentes na religião tradicional do continente: respeito pelos anciãos, respeito pela mulher como mãe, cultura da solidariedade e da hospitalidade, respeito pela honestidade... A Igreja Católica deve identificar a matriz da religião tradicional africana, sugere o documento, para "identificar os elementos bons e nobres, que o cristianismo pode adoptar, purificando os que julgar incompatíveis com o evangelho, para forjar uma cultura de reconciliação, justiça e paz". Esta aproximação "facilitará a colaboração com os adeptos desta religião" e "contribuirá para uma autêntica inculturação na Igreja". Mas o texto diz que a Igreja deve recusar os "chauvinistas" que defendem a religião tradicional "como património nacional e fazem dela um objecto de orgulho nacional, embora muitas vezes não a pratiquem".
Diálogo e intercâmbio com o islão
O catolicismo cresceu em África nos últimos anos, mas o islão também se expande. E a conversa entre as duas religiões nem sempre é fácil. O Papa Bento XVI escolheu os Camarões para primeira etapa africana porque, entre outras razões, ali existe uma sã convivência e muitas iniciativas conjuntas de católicos, protestantes e muçulmanos. O texto do sínodo nota que há realidades diversas no diálogo entre catolicismo e islão e diz que há o risco de "politizar as pertenças religiosas". O intercâmbio e a solidariedade entre cristãos e muçulmanos e o respeito pelas identidades religiosas de crianças muçulmanas que frequentam escolas católicas são iniciativas que devem continuar, sugere o texto.
Seitas manifestam sede de Deus
O catolicismo cresce em África, "uma grande sede de Deus" manifestou-se no continente e "paradoxalmente a proliferação das seitas é disso um sinal". As seitas ou os novos movimentos religiosos, juntamente com as religiões tradicionais africanas e, por vezes, com as diferenças tribais ou étnicas, criam um enorme mosaico num mercado sócio-religioso diversificadíssimo. Bento XVI referiu-se também ao problema logo no voo para os Camarões, no início da viagem que amanhã termina: "Sabemos que estas seitas não são muito estáveis", mas respondem a desejos de "prosperidade" e "curas milagrosas". A Igreja deve aparecer como uma estrutura estável e universal, que supera o individualismo, sugeria o Papa.
Preservativo vs. medicamentos grátis
A sida e o preservativo acabaram por ser um tema forte da viagem do Papa aos Camarões e a Angola, a par da denúncia da corrupção. A Igreja Católica tem insistido em factores como o acesso gratuito a medicamentos e as facilidades de tratamento, mas essa mensagem fica obscurecida pela oposição reiterada ao uso do preservativo. O documento do sínodo, claro, não altera a doutrina, antes valoriza a criação de instituições de apoio a doentes.
Contra preconceitos sobre a mulher
As mulheres africanas - ou "a mulher" abstracta, como os documentos da Igreja se lhe referem - são vítimas de muitos preconceitos, nota o documento: mutilação sexual, casamento forçado, poligamia, violência doméstica, prostituição. Neste capítulo, o documento fica por este tipo de denúncias - que alarga também às crianças, em vários casos -, fala depois da evangelização e do papel da família, recusa a homossexualidade e o aborto, mas não faz outras propostas.



Fonte: Público.pt

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