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Já alguma vez conseguiu relaxar ao ouvir música? Já alguma vez ouviu uma música que imediatamente lhe despertou sentimentos fortes ou o transportou para alguma recordação especial? Já alguma vez sentiu como que uma força interior ao ouvir música? Alguma vez cantou uma canção de embalar para tranquilizar um bebé? Se respondeu "Sim" a alguma destas questões, então já experimentou o poder da música.
Poder esse com história milenar. Há 2000 anos a.c., quando o imperador da China queria saber como andavam as coisas nas suas províncias, convocava os músicos de cada uma delas para que tocassem para ele, e de acordo com a música que embalava o seu povo, o imperador sabia se este estava bem ou mal. Durante a Segunda Guerra Mundial, médicos e enfermeiros americanos constatam que os veteranos de guerra que beneficiam de algumas sessões musicais restabelecem-se rapidamente de traumas físicos e psíquicos.
De facto, a resposta ao som musical permite avaliar os estados físico, cognitivo, comportamental, emocional e comunicativo. A música e o som afectam a actividade muscular, a respiração, a tensão arterial e o metabolismo, e desempenham função de apoio ao processo de mudança dos indivíduos. Segundo Mário de Andrade (1999), a música é equiparável aos medicamentos mas numa prespectiva de dosagem inversa, porque na terapêutica musical, ao contrário da medicamentosa, aos doentes insensíveis deve diminuir-se a dose (músicas mais fáceis, sem grande complexidade).
Dada a capacidade simbólica da música e a sua credibilização como um instrumento eficaz no plano terapêutico, nasce a Musicoterapia. A Musicoterapia é uma ciência paramédica que utiliza a música e os seus elementos (Som, Ritmo, Melodia, Harmonia) através do canto, movimentos, expressão corporal, dança, etc., a fim de atender às necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas; e, desenvolver potenciais e/ou restaurar funções de optimização intra e/ou interpessoal, melhor qualidade de vida, através da prevenção, reabilitação ou tratamento (Federação Mundial de Musicoterapia, 1996).
O objectivo principal da musicoterapia não é a música, nas suas vertentes mais desenvolvidas, ou seja, Saber, Ensinar ou Tocar. Mas sim, fazer entender que em terapia, a música é um meio e não um fim. Tem o poder de criar vivências emocionais correctivas num ambiente livre, seguro e protector. Pode também ser o alívio do sofrimento psíquico através de produções no mundo dos sons. Não interessa que tipo de sons, de música ou de ruídos que os pacientes produzem, mas que produzam, que os criem, que através deles expressem os seus sentimentos e emoções (Lecourt , 1988).
Fonte: Médicos de PortugalEtiquetas: Cartoon, Galeriacores, gif, harmonia, melodia, Musical, musicoterapia, poder, relaxar, ritmo, som, terapêutica