Para ver a animação clique neste cartoon e aguarde uns segundos. To view the animation click on this cartoon and wait a few seconds.
Entrevista por e-mail ao jornalista e escritor bestseller português, que lança agora o seu sexto romance - «A Vida Num Sopro». Um livro esgotado num único dia. José Rodrigues dos Santos explica a razão de tanto sucesso.
Em menos de nada, 50 mil exemplares de A Vida Num Sopro desapareceram. O último romance do jornalista José Rodrigues dos Santos foi posto à venda na quinta-feira, dia 23, e no dia seguinte já estava nas bancas a 2ª edição - outros 60 mil exemplares.
Rodrigues dos Santos é um fenómeno de vendas em Portugal. Está traduzido em treze países, da Tailândia aos Estados Unidos. Os seis romances que assina atingiram o meio milhão de livros vendidos em Portugal. Há ainda a acrescentar o facto de, no caso de O Codex 632, os direitos cinematográficos terem sido vendidos para os EUA. E, a nível nacional, o realizador Leonel Vieira tem os direitos de adaptação ao grande ecrã de A Ilha das Trevas.
A Vida Num Sopro, que tem o carimbo da Gradiva, é um livro cuja acção se passa nos anos 30, num Portugal transmontano afectado pelo arranque do Estado Novo. A acção deste livro centra-se no amor de Luís e Amélia, posto à prova pela tensão das relações familiares, numa morte inesperada e na guerra espanhola que se vive do lado de lá da fronteira.
PortugalDiário - A Vida Num Sopro é um romance que tem a guerra e a ditadura como pano de fundo? O que o motivou a escrever mais um livro com esta temática - a guerra? José Rodrigues dos Santos - Bem, este não é um livro sobre guerra, é um livro sobre a ascensão do Estado Novo. Através do enredo desfiado por uma história de amor, viajamos até ao período histórico que corresponde à afirmação de Salazar. A Guerra Civil de Espanha constitui um importantíssimo episódio desse período, mas é apenas um dos elementos do romance.
PD - Este livro baseia-se muito nas histórias que a sua avó Amélia lhe contou. Há aqui um retrato biográfico sobre a sua família? J.R.S - Sim, sem dúvida que a história da minha família inspirou a narrativa ficcional. Amélia e Luís, os dois principais personagens do romance, eram na verdade os meus avós maternos. Usei muitos elementos verídicos da sua vida, mas misturei-os com muita ficção.
PD - Neste livro, qual é a sua personagem preferida, e porquê? J.R.S - Não há uma personagem favorita. As minhas personagens em A vida num sopro reflectem os tempos que se viviam.
PD - Este livro utiliza uma série de palavras com um uso muito local. São expressões que conhecia ou que aprendeu/pesquisou? J.R.S - Está a falar dos regionalismos de Trás-os-Montes, presumo. Uma parte já conhecia de ouvir da minha avó Amélia. Expressões como «não me arrelies», «levas uma trepa», «bota aí», «ra`is t`a parta o diabo» e outras eram usadas por ela. Mas outras foram pesquisadas.
PD - Relê os seus livros depois de publicados? J.R.S - Pontualmente algumas coisas. Mas o facto é que os tenho a todos gravados na minha mente.
PD - Este livro é já um bestseller e, ainda antes da sua apresentação, já vai na segunda edição. Como é que explica o sucesso editorial dos seus livros? J.R.S - Essa pergunta deveria ser dirigida aos leitores, claro, mas parece-me que há três factores determinantes. Primeiro, a escrita. Procuro escrever de uma forma límpida e fluida, sem aqueles burilados estilísticos que irritam tanta gente. Depois, a história. Invisto muito na narrativa, há muita acção, há sempre coisas a acontecer, surpresas, reviravoltas, penso que tudo isso os leitores também apreciam. Finalmente, a mistura de ficção com não ficção. Procuro que os meus romances não se limitem a contar uma história, mas a acrescentar algo de novo ao conhecimento dos leitores. Em vez de um simples passatempo, tento que os meus romances sejam sobretudo um ganhatempo. Através de uma história de ficção, os leitores ficam a conhecer os Descobrimentos, como aconteceu em O Codex 632, ou o problema do fim do petróleo, como é o caso de O Sétimo Selo, ou a ascensão do Estado Novo, como se verifica em A vida num sopro.
Fonte da notícia:
IOL Diário Etiquetas: entrevista, Escritor, Fenómeno, José Rodrigues dos Santos, livros