Para ver a animação clique neste cartoon e aguarde uns segundos. To view the animation click on this cartoon and wait a few seconds. Três anos após o ‘não’ francês e holandês ao Tratado Constitucional, a União Europeia mergulhou numa nova crise institucional. O chumbo irlandês ao Tratado de Lisboa levanta dúvidas sobre o futuro da Europa.
De rosto carregado, Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, garantiu ontem em Bruxelas que o Tratado de Lisboa 'ainda está vivo'. 'Dezoito Estados-Membros já o aprovaram, um votou contra, devemos continuar o processo de ratificação', disse Barroso, lembrando que as soluções são 'responsabilidade de todos', sobretudo da Irlanda.
O primeiro-ministro, José Sócrates, manifestou 'profundo desapontamento' com a vitória do ‘não’, assumindo que o resultado é uma derrota pessoal. A exemplo de Barroso, Sócrates acha que a ratificação deve continuar, ideia subscrita por Manuela Ferreira Leite, líder do PSD.
Brian Cowen, primeiro-ministro irlandês, já pôs de lado a hipótese de fazer novo referendo. Os irlandeses votaram na quinta-feira, mas só ontem se soube os resultados: 53,4% pelo ‘não’ e 46,6% pelo ‘sim’. Com pouco mais de metade dos irlandeses a votar, o dia vai ficar na história como uma ‘amarga sexta-feira 13’.
A Cimeira de Bruxelas, marcada para os dias 19 e 20, vai obrigar os chefes de Estado a reflectir sobre o chumbo. Segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros fazem a primeira avaliação no Luxemburgo.
SONHO DE SÓCRATES NA GAVETA
'Porreiro, pá!' Depois de horas de discussão, na cimeira informal de Outubro, a expressão incontida de José Sócrates no abraço a Durão Barroso era o desabafo de quem acreditava ter uma solução para uma Europa mergulhada no impasse. O primeiro-ministro confessou mesmo que o sucesso do Tratado de Lisboa era bom para a carreira política. Ontem, o sonho ficou na gaveta. Têm-se somado os falhanços de líderes europeus. Em 2005, França e Holanda disseram ‘não’ ao Tratado Constitucional. Em 2001, os irlandeses chumbam o Tratado de Nice. E em 1995, a Dinamarca votou contra o Tratado de Maastricht.
Fonte da notícia:
Correio da Manhã Nota Pessoal:
É uma situação complicada e politicamente devastadora sobretudo para aqueles que se empenharam em ver realizado este grande sonho para toda a União Europeia. Refiro-me concretamente ao Dr. Durão Barroso e o Primeiro Ministro José Sócrates. De resto faço minhas as palavras de Cavaco Silva, "os tratados não deveriam ser referendados".
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