Segundo a «Lusa», Warren Buffett e Charlie Munger, presidente e vice-presidente da Berkshire Hathaway, falavam aos repórteres durante a reunião anual de accionistas que trouxe cerca de 31 mil pessoas a Omaha, no Nebraska.
Os dois líderes da Berkshire Hathaway disseram não ter qualquer pena das enormes perdas sofridas pelas companhias financeiras que engendraram o crédito hipotecário de risco «subprime» e os investimentos apoiados nessas hipotecas.
Warren Buffett é tido como o homem mais rico do mundo, com um capital pessoal avaliado em 40.000 milhões de euros, enquanto o seu vice-presidente, Charlie Munger possui cerca de 1.100 milhões de euros.
Ambos são conhecidos pela sobriedade nos modos e hábitos, participando em consideráveis acções filantrópicas e humanitárias e estabelecendo para si próprios salários anuais de cerca de 65 mil euros ilíquidos.
Bancos de investimento usam tácticas muito complexas
Buffett disse que a crise financeira corrente é um subproduto de um sistema que estimulou os executivos a «pintar quadros bonitos». Munger acrescentou que muitas instituições financeiras actuaram com estupidez e exageraram na busca de ganhos nos últimos anos. «Penso que temos de começar a perceber que muitas das perturbações actuais são ricamente merecidas», declarou.
A complexidade das tácticas que as instituições financeiras utilizam torna difícil, até para Buffett, determinar o que é que valem exactamente. «Há instituições financeiras que não consigo avaliar», confessou Buffett.
Se alguém tiver um milhão de dólares (650 mil euros) para investir em dez lotes de acções, exemplificou Buffett, será mais fácil encontrar boas aplicações na bolsa coreana do que nos bancos norte-americanos, porque estes são «muito complicados».
Munger disse que os bancos de investimento não demoram tanto tempo como ele e Buffett a avaliar riscos e opções.
EUA já estão em recessão
Buffett considerou que os Estados Unidos se encontram em recessão segundo a sua própria definição, mesmo que ainda não se tenham verificado os dois trimestres de crescimento negativo, pelo critério habitual de definição de recessão.
Para Buffett, recessão é a situação em que a maioria das pessoas e empresas não estão a ter resultados tão bons como os tinha há três, seis ou nove meses.
«Diria que estamos claramente em recessão», afirmou Buffett.
Os dois gestores da Berkshire manifestaram o seu acordo com a intervenção da Reserva Federal para salvar a Bear Stearns, pela crise em cadeia que se geraria com a sua falência No entanto, disseram que nem todas as empresas têm de ser salvas, porque a falência é uma parte importante do capitalismo.
«O capitalismo sem falência é como o cristianismo sem inferno», comentou Warren Buffett.
Fonte da notícia: IOL Portugal Diário
Público.pt P
Nota Pessoal:
Estão a ver como é, o homem mais rico do mundo diz que a recessão económica dos EUA é bem merecida. É uma atitude capitalista extraordinária, não acham? Ele próprio diz no fim que o capitalismo sem falência é como o cristianismo sem inferno. Coitados de todos aqueles que são as vítimas desse mesmo capitalismo, vítimas das abominações económicas feitas pelos donos do mundo. O grande e o mais poderoso a comer o mais pequeno e indefeso...
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