RUSSIAN POWER
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Rússia exibe os músculos e não está disposta a contemporizar com a OTAN
O presidente russo Dmitri Medvedev promulgou a "Doutrina Militar" da Rússia, um documento que avalia as ameaças, visando a OTAN em particular, e especifica as situações em que Moscovo poderá recorrer à força, inclusivamente às armas nucleares.
No ponto dedicado aos "principais perigos militares externos", o documento aprovado por Medvedev cita, em primeiro lugar, a "tentativa de atribuir funções globais ao potencial militar da Organização do Tratado do Atântico Norte (OTAN), violando as normas internacionais, e a aproximação de infraestruturas militares dos países membros da OTAN para a vizinhança das fronteiras da Federação Russa, inclusive através do alargamento da Aliança", lê-se.
Perigo na vizinhança
A alusão às tentativas da Ucrânia e da Geórgia de aderirem à OTAN é evidente e tomada como uma ameaça à segurança. O texto cita entre os "perigos militares" ainda a "instalação de contingentes militares em países estrangeiros, confinantes com a Federação Russa ou com os seus aliados", e a "instalação de sistemas de defesa contra mísseis estratégicos, que abalam a estabilidade e desequilibram a proporção de forças no âmbito dos mísseis nucleares".
Segundo a nova "doutrina", as armas nucleares "serão um factor importante para impedir a eclosão de conflitos militares nucleares e de conflitos com recurso a armas convencionais". Neste sentido, pode-se entender que os estrategas do Kremlin vêm o arsenal militar como potencial de dissuasão.
No entanto, o novo documento explicita também as situações em que Moscovo reivindica o direito do recurso ao armamento nuclear. "A Federação da Rússia reserva-se o direito de utilizar armas nucleares em resposta a um ataque nuclear ou com outras armas de destruição em massa, levado a cabo contra ela (Rússia) ou contra os seus aliados, ou quando a sobrevivência do país possa estar em risco". A decisão do recurso ao arsenal militar cabe ao presidente.
Exibir os músculos
Anteriormente o vice-chefe do estado-maior, general Anatoli Nogovintsin, tinha afirmado que a nova doutrina militar seria composta por "uma parte aberta, que inclui os aspectos político-militares, e uma parte confidencial que define as questões de utilização do Exército e da Marinha, incluindo o recurso às forças nucleares".
A publicação do documento nesta altura pode também ser vista como uma "exibição de músculos", ligada às negociações em curso entre Moscovo e Washington, para o novo acordo sobre limitação de armamento nuclear, que deverá suceder ao tratado "START-1", que caducou em Dezembro passado.
Fonte:
JNEtiquetas: nuclear, poder, Presidente da Rússia, Rússia