Para ver a animação clique neste cartoon e aguarde uns segundos. To view the animation click on this cartoon and wait a few seconds.
Um especialista em «gripe das aves» disse, esta segunda-feira, que a taxa de mortalidade de uma pessoa infectada pelo vírus da doença é de 60 por cento e que caso este nível se mantenha quando começar a epidemia generalizada (pandemia) provocará «o fim da humanidade», alertou o especialista belga Geert Leroux-Roels, que participa no III Congresso Europeu da Gripe das Aves, que decorre em Vilamoura, Algarve, até quarta-feira.
Foram conhecidos este mês mais dois casos mortais, em Julho, na Indonésia, facto que foi lamentado pelo cientista, principalmente por só dois meses depois terem sido anunciados. «Se não formos comunicativos, a pandemia pode estalar num qualquer lugar do mundo e chegar ao outro lado do planeta em horas», alerta.
O especialista admite, no entanto, que é positivo o facto de pela primeira vez na história, o mundo se estar a preparar para combater uma epidemia generalizada. Em entrevista à Agência Lusa, Geert Leroux-Roels defendeu ainda que os tratamentos que Portugal tem em «stock» para combater uma eventual pandemia da «gripe das aves» são insuficientes para proteger a população contra o vírus H5N1 e aconselha, como suplemento, outros medicamentos anti-virais.
Não há stock de tratamentos suficientes
«Nem Portugal, nem a Bélgica, nem nenhum país está protegido com os stocks' de tratamentos contra o vírus H5N1», afirmou o cientista belga e especialista na área. «Senão nos preparamos para uma pandemia, podemos ter cenários onde milhões de pessoas vão morrer», acrescentou o investigador, que dirige o Centro de Vacinação e departamento Clínico de Patologia, Microbiologia e Imunologia da Universidade e Hospital de Ghent, na Bélgica.
Fazer um «stock» novo com vacinas novas seria a melhor forma para preparar o mundo para uma pandemia da gripe das aves, um surto que ninguém consegue adivinhar quando vai eclodir, mas que pode ser já amanhã ou em 2010, sustentou o especialista.
Administrar uma primeira dose da vacina contra o H5N1 seria um passo a dar para proteger a população da gripe das aves numa primeira instância, e se a epidemia disparasse, uma segunda dose seria depois administrada para «aumentar o grau de protecção», sugeriu.
Actualmente, apenas há cerca de 400 mil doses de vacinas em Portugal, um número muito baixo para prevenir a pandemia.
Portugal adquiriu tratamentos contra uma hipotética pandemia de vírus da gripe das aves, um investimento nas ordem dos 25 milhões euros, mas até ao momento não foi necessário administrá-lo e corre o risco de dentro de três anos estar fora da validade.
Apesar da vacina ser uma das medidas de protecção e dos anti-virais, como o oseltamivir, ajudarem a evitar que a doença se propague, os medicamentos servem apenas para ajudar a «combater o vírus» e não para «controlar a epidemia», alertou Geert.
«Se houver um surto de "gripe das aves" na Indonésia ou na China, e mesmo que se medique 80 por cento da população, o vírus vai propagar-se e a medicação não vai controlar a doença», acrescentou.
Se tivermos em conta que o planeta Terra tem cerca de seis mil milhões de pessoas, e se uma em cada três pessoas fosse infectada com o vírus da «gripe das aves», morreriam dois milhões de pessoas, mesmo que a taxa de mortalidade se registasse em apenas um por cento.
O Congresso Europeu de Gripe das Aves decorre até quarta-feira em Vilamoura.
Fonte da notícia:
IOL Diário Etiquetas: aves, epidemia, Geert Leroux-Roels, gripe, humanidade, pandemia, Vírus