Shortage of nuns in the world
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Há cada vez menos freiras nos conventos, e alguns já tiveram de encerrar. Nos últimos 15 anos os institutos religiosos perderam 2.500 vocações. Há congregações que não têm uma noviça há quase 20 anos, e 33 destas instituições estão a funcionar com menos de dez religiosas, avança a edição do SOL desta sexta-feira
Na adolescência, o coração de Isabel Bernardes fazia contas de dividir: «Havia um rapaz de quem até gostava, mas entre dois amores escolhi um que me podia dar mais plenitude». Quis ser radical. Tornou-se esposa de Deus.
Aos 17 anos, encheu a mala com experiência de vida, deixou Tondela e integrou a Ordem da Imaculada Conceição, no Convento Santa Beatriz, em Viseu. «Aquilo que eu era foi o que trouxe. Aprendi muito no mundo, gostava muito do mundo. Não foi por não gostar que entrei para o convento».
Com 42 anos, Isabel é actualmente a abadessa daquela comunidade e completa, em Fevereiro, 25 anos de vida monástica.
Maria Clara, 63 anos, também decidiu fazer da clausura um modo de vida. Aos 18, ciente de que o namoro não lhe interessava, entrou no mosteiro das Clarissas de Monte Real. «Atraiu-me a adoração ao Santíssimo. Para quê ter uma família reduzida? Eu quero o mundo inteiro! Vim para a clausura para ter horizontes vastos e um coração imenso».
Mas há cada vez menos mulheres a seguirem o exemplo das irmãs Isabel e Maria Clara. A crise de vocações é uma realidade, não só no sacerdócio mas também nos institutos religiosos.
Num período de 16 anos, houve uma redução de 2.500 freiras nas congregações e ordens religiosas. Segundo dados da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), em 2008 havia 5.417 irmãs, distribuídas por 652 comunidades regidas por cem ordens. Isto quando em 1992 existiam 7.995 freiras, espalhadas por 795 conventos de 98 ordens.
Por Liliana Garcia
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SOLEtiquetas: freiras, Igreja, religião, vocações