Francis Ford Coppola attends film festival in Portugal
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O realizador norte-americano Francis Ford Coppola tem mais de quarenta anos de carreira, mas não deu pelo passar do tempo, porque continua a encarar o cinema com o mesmo entusiasmo e prazer de quando começou
Num encontro com os jornalistas, horas antes de apresentar em ante-estreia o filme Tetro, Francis Ford Coppola revelou a sua visão sobre o cinema, sobre os desafios da realização, partilhou histórias da família e desvendou alguns detalhes do seu mais recente projecto.
Tetro, que teve estreia mundial em Maio em Cannes, passa esta noite em duas sessões já esgotadas no Estoril Film Festival e o realizador terá, entre as exibições, um encontro com o público.
O filme é um drama familiar sobre o clã Tetrocini, contado a partir da história de dois irmãos, Angelo e Benjamin, que se reencontram em Buenos Aires ao fim de anos de separação, exorcizando um passado que os irá surpreender e aproximar.
Francis Ford Coppola admitiu hoje que Tetro é o seu projecto mais pessoal e que a história tem ligações à sua própria família.
«Todos os filmes que fiz têm muito a história da minha vida», referiu o cineasta, sublinhando no entanto que Tetro não reproduz explicitamente episódios da história dos Coppola.
É um filme sobre rivalidades entre irmãos, entre pais e filhos, situações que fazem parte do universo pessoal de Coppola, mas que integram ideias universais que podem tocar o público.
Aproveitando a temática do filme, Coppola falou da sua própria família, dos filhos e da educação que lhes deu.
«Devemos incentivar os filhos a acreditar que são capazes de fazerem o que quiserem porque têm talento. Só precisam de se esforçar», defendeu o pai dos realizadores Roman e Sofia Coppola.
Com mais de quarenta anos de carreira, Francis Ford Coppola garante que não deu pelo passar do tempo – «parece que foram só dois anos» – e que está a escrever para um próximo filme.
«Faço tudo de coração e com muito entusiasmo. O cinema continua tão interessante e tão vivo que é sempre um prazer. Não cometam o erro de pensar que não há mais nada para inventar ou saber no cinema», sublinhou.
Do passado lamentou, por exemplo, ter perdido o argumento de um western no qual esteve a trabalhar e que acabou por ser levado ao grande ecrã por Clint Eastwood. Intitulava-se Imperdoável.
Coppola acredita que o cinema está a viver uma fase de grande mudança, «com muita pressão e competitividade», os estúdios preocupados com a pirataria e os descarregamentos ilegais, mas alerta que a salvação não passa apenas pelas novas tecnologias e pelo 3D.
«Tenho fé no seu futuro e espero estar vivo para poder ver todas as mudanças acontecerem», disse.
Esta é a segunda vez que Francis Ford Coppola passa por Portugal e desta estada recorda a comida e os «excelentes vinhos» que provou, juntando estas recordações ao seu gosto pela vinicultura, já que é proprietário de duas empresas de produção de vinho.
Apesar dos elogios, Coppola referiu que a curto-prazo só não produzirá um filme em Portugal por causa do euro.
«Como eu me auto-financio, procuro um país que tenha uma boa taxa de câmbio, como a Argentina, e o euro é muito difícil de lidar. Não teria dinheiro para fazer um filme em Portugal», disse.
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SolEtiquetas: cineasta, cinema, Festival, Filmes, realizador