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ganhar muito dinheiro, Açores, Azores, passeios, viagem, ilhasUma equipa internacional de cientistas desenvolveu um novo método para explicar a aceleração da expansão do Universo, um dos grandes mistérios da astronomia, informa esta quinta-feira a revista Nature.
Cita a Lusa que os astrónomos descobriram há uma dezena de anos que o Universo se expande mais rapidamente do que há milhares de milhões de anos.
Duas hipóteses foram avançadas para o explicar o fenómeno: a presença de uma misteriosa energia escura mais poderosa do que a força da gravidade, cuja tendência é travar a expansão iniciada com o Big Bang, ou um erro na teoria da gravitação de Einstein.
O método de observação agora divulgado pela Nature, desenvolvido por uma equipa de 51 cientistas de 24 instituições, permite medir as posições e velocidades de galáxias distantes e «oferece uma nova abordagem para esclarecer este mistério», afirmou o coordenador do estudo, Luigi Guzzo, do Observatório Astronómico de Brera, em Merate (Itália).
«A partir das velocidades de uma grande quantidade de galáxias, observadas a sete mil milhões de anos no passado, reconstituímos a estrutura em três dimensões de um volume importante do Universo longínquo e observámos a distribuição das galáxias num espaço de 3D», explicou um dos autores do estudo, Olivier Le Fèvre, responsável pelo espectrógrafo VIMOS no Very Large Telescope (VLT) europeu do Monte Paranal, no Chile, que permitiu a observação.
Segundo este astrofísico francês, a observação do espectro de vários milhares de galáxias revelou distorções cuja dimensão, «em épocas diferentes da história do Universo, permite testar a natureza» da energia escura.
«Com este novo método, os cientistas chegaram à conclusão de que a energia escura constitui 70 por cento do Universo, um número coincidente com o de estudos anteriores», refere um comunicado do Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) de França.
Mas, sobretudo, «também mostrámos que ao alargar as nossas medidas a volumes cerca de dez vezes mais consequentes» do que os estudados até agora, «esta técnica deverá poder dizer-nos se a aceleração cósmica provem de uma energia escura de origem exótica, ou requer uma alteração das leis da gravitação», sublinhou Luigi Guzzo.