Segundo avança a edição desta segunda-feira do Diário de Notícias, em causa está a possibilidade de as Lajes se transformarem numa base de treino para os novos caças F22 e F35, bem como sistema de armamento de mísseis hipersónicos.
Segundo noticiava o Expresso de 25 de Janeiro, que citava o Diário Insular da ilha Terceira, o processo negocial ter-se-á iniciado no ano passado, numa conversa com o então comandante na Europa da Força Aérea dos EUA, general William Hobbins, e o chefe português do Estado-Maior da Força Aérea, general Luís Araújo.
Num requerimento parlamentar, os deputados do PSD Mota Amaral e Joaquim Ponte, ambos eleitos pelos Açores, perguntam ao Governo se confirma esta negociação.
«Que contrapartidas poderão esperar os Açores se confirmar que no seu território se instalará uma das zonas de treino mais importantes do Ocidente e do mundo, quer para os EUA quer para a NATO?», interrogam ainda.
De acordo com o requerimento, as informações disponíveis revelam que o treino dos equipamentos em causa, muito sofisticados e de velocidades supersónicas, exige espaços enormes, hoje difíceis de encontrar no espaço continental europeu.
Daí a escolha das Lajes para base, dado que, além do mais, até dispõem de «uma capacidade logística com estacionamentos enormes, que permitem considerá-la como infra-estrutura de “luxo” para o treino da Força Aérea norte-americana».
Mota Amaral e Joaquim Ponte querem ainda saber se esta nova utilização pensada para a Base das Lajes implica, ou não, uma revisão do acordo de cooperação que regula a utilização daquela base pelos EUA.
Também perguntam se «a segurança das pessoas será agravada com o eventual surgimento desta nova infra-estrutura»; quais, nesse caso, as medidas que estarão a ser «equacionadas para minimizar esses riscos»; se o Governo «tenciona acautelar todas as condições de preservação ambiental da região através de aprofundados e rigorosos estudos de impacto ambiental sobre a zona a afectar aos treinos»; e, por último, se as autoridades dos Açores «já foram ouvidas» e, em caso afirmativo, «que posição assumiram».