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Alberto João Jardim, aos 65 anos, recorda alguns momentos mais difíceis e outros saudosos. Assinala os tempos do gonçalvismo quando ainda era director do Jornal da Madeira, «um dos raros jornais em Portugal que não estava controlado pelos comunistas», e já exercia funções de dirigente do então PPD, «eu sabia que se o 25 de Novembro falhasse, a minha cabeça estava a prémio».
Assinala também como «cansativa» a sucessão de governos logo após o 25 de Abril de 1974 e «das coisas mais angustiantes e mais difíceis» o momento do Bloco Central.
Morte de Sá Carneiro: «Coisa tremenda» e «terrível»
«Coisa tremenda» e «terrível» é como lembra a morte de Francisco Sá Carneiro: «Era o grande apoio e a grande alavanca do desenvolvimento das autonomias da Madeira e dos Açores».
«O dr. Sá Carneiro era único na sua concepção das autonomias, era um homem extremamente culto e, por isso, compreendeu que era um normal processo dialéctico que se iria perpetuar através dos tempos sem pôr em causa a unidade nacional».
«De repente, ver tudo isto se desmoronar com a sua morte, foi terrível», afirma com semblante carregado.
Recorda também os governos do professor Cavaco Silva que «ao princípio, não entendia, como entende hoje, as autonomias, via-as com fortes desconfianças e, por outro lado, estava rodeado de algumas pessoas que também eram hostis à descentralização. Graças a Deus, essas desconfianças dissiparam-se e, no final dos seus mandatos, muito ajudou a Madeira».
Guarda, por outro lado, «uma recordação grata» do relacionamento com o Governo da República liderado por António Guterres.
«Não concordei com a forma como o engenheiro Guterres governou o País mas havia uma excelente relação institucional e pessoal, quer com o primeiro-ministro, quer com os seus ministros». Por isso, mostra-se «chocado» com o «mau relacionamento que o engenheiro Sócrates instituiu».
«Houve mesmo uma preocupação de negar diálogo para ser assumido um confronto ¿ que espero que venha a acabar com este ciclo de negociações entretanto estabelecidas com o ministro da Presidência ¿ que penso que as pessoas que foram arquitectas desta estratégia julgam que rende votos, em Lisboa, dizer mal da Madeira e do Alberto João Jardim», avança.
Apesar de assumir querer sentir-se, em 2011, como «um passarinho fora da gaiola», recitando Mário Soares, Alberto João Jardim reconhece, porém, gostar de «estar no meio da gente» e de «participar na vida política».
«Já disse ao meu partido, nas visitas que recentemente fiz aos militantes em todo o arquipélago, que o facto do partido ter um novo líder em 2011, estarei ao dispor do partido e do novo líder para, se me pedirem, saltar para cima do palco», refere. «Eu salto!», conclui, mesmo que, na altura, tenha 68 anos.
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