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O Presidente George W. Bush inicia hoje, em Israel, uma longa visita ao Médio Oriente com dois objectivos. O primeiro, e mais mediatizado, é fazer avançar o processo de paz israelo-palestiniano. O segundo, e mais relevante, é dar garantias aos países da região sobre a sua política de contenção da "ameaça iraniana".
O Presidente desloca-se amanhã à Cisjordânia, estará sexta-feira no Kuwait, irá depois ao Bahrein, aos Emirados Árabes Unidos (EAU) e à Arábia Saudita, terminando a digressão no Egipto, a 16 de Janeiro. É a sua primeira visita a Israel e aos territórios palestinianos, mas também à Arábia Saudita, EAU e Bahrein, em sete anos de mandato. Embora reine um clima de cepticismo, é uma das mais ambiciosas missões diplomáticas da sua presidência.
O programa da digressão inscreve-se no desígnio de deixar um "legado", a solução do conflito de 60 anos entre árabes e israelitas, através da criação de um Estado palestiniano. Depois do Encontro de Annapolis, no fim de Novembro, e da Conferência de Paris, que deu luz verde a uma maciça ajuda financeira aos palestinianos, é o próprio Bush que agora reafirma o seu empenho pessoal na solução do conflito.
Numa entrevista ao diário israelita Yedioth Ahronoth, o Presidente esclareceu os seus outros objectivos. "Convencer os Estados árabes de que Israel é um parceiro para a paz, no interesse dos palestinianos e do mundo árabe." E reforçar os regimes árabes aliados "para que sirvam de barreira à agressão iraniana".
"Estarei lá para olhar as pessoas nos olhos e dizer-lhes: o Irão é uma ameaça; nós temos uma estratégia para a enfrentar e queremos cooperar convosco", declarou à televisão Al-Arabiya.
Israel e Palestina
No plano oficial, há grandes expectativas. Mas tanto analistas americanos como israelitas ou árabes manifestam elevadas dúvidas sobre a eficácia da viagem.
O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, e o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, prepararam a chegada de Bush com o anúncio de que as duas partes vão começar a discutir directamente as "questões fundamentais" - Jerusalém, fronteiras, regresso de refugiados palestinianos - que bloquearam as anteriores tentativas de acordo.
A Autoridade Palestiniana apelou a Bush para que force Israel a congelar toda a actividade de colonização. Olmert não assume esse compromisso, recusando abdicar da expansão dos grandes blocos de colonatos. Prevê-se que as pressões de Bush se limitem ao desmantelamento dos colonatos "selvagens".
Outro ponto fulcral seria o levantamento das barragens de estrada (checkpoints), que penalizam o quotidiano da população palestiniana na Cisjordânia, tal como Olmert prometeu em Annapolis. Mas a situação no terreno é negativa, explica Aluf Benn, analista do diário Ha"aretz. Sem resposta aos rockets disparados de Gaza, os militares israelitas opõem-se à desocupação da Cisjordânia. Argumentam ainda que se Abbas procura agir contra o Hamas, não tem controlo sobre os sectores radicais da Fatah.
As "questões explosivas", sobretudo Jerusalém e os refugiados, ameaçam desagregar a coligação de Olmert, que optará pela gestão do statu quo. Também Bush baixou as suas metas. Em lugar da criação de um Estado palestiniano até ao fim do mandato, em Janeiro de 2009, fala agora na "definição das linhas gerais de um Estado palestiniano".
Mesmo este objectivo é altamente duvidoso, prevê Benn. "Uma expectativa mais realista pode ser preservar Abbas e os seus apoiantes no poder, mesmo apenas formalmente, e mitigar a crise doméstica israelita, dando a Olmert uma raison d"être política para o próximo ano."
Por tudo isto, a visita de Bush "não representará um ponto de viragem da sua Administração em relação ao conflito israelo-palestiniano", escreve o analista e antigo negociador Yossi Alpher. "Tanto Olmert como Abbas são demasiado fracos para suportar um processo de paz com sucesso." E também George W. Bush não está propriamente no zénite do poder e do prestígio.
A sombra iraniana
Se não está no centro do itinerário, o Irão está de facto no centro da agenda da digressão de Bush, observa a "análise diária" do Council on Foreign Relations, de Nova Iorque.
O relatório dos serviços secretos americanos (National Intelligence Estimate, NIE) sobre a ameaça nuclear iraniana, publicado a 1 de Dezembro, provocou uma reacção em cadeia. Ao afirmar que o Irão suspendeu o programa de construção da arma nuclear em 2003, mas tem a capacidade de dominar rapidamente todo o ciclo nuclear, de forma a poder construir a bomba se o decidir, significou o fim da política iraniana da Administração Bush, retirando a credibilidade à ameaça militar e tornando muito mais improvável a escalada das sanções internacionais.
Israelitas e árabes interpretaram o documento ou como uma desautorização do Presidente pelos seus próprios serviços, a um ano do fim do mandato, ou como o prenúncio de uma viragem. Sem poder de ameaça e com poucas "alavancas" diplomáticas, é lógico pensar - com Bush ou depois de Bush - num processo de diálogo com Teerão. Por sua vez, os iranianos baixaram o tom das acusações a Washington.
Os Estados sunitas, a começar pela Arábia Saudita, sempre se opuseram a um ataque militar às instalações nucleares iranianas. Mas desenvolviam uma política de isolamento do Irão, sem no entanto romper os contactos. A publicação da NIE suscitou a pergunta: irão os EUA procurar uma "acomodação" com os mullah? Por isso, sauditas e egípcios terão decidido lançar uma nova política iraniana (ler entrevista ao lado).
O Cairo, Amã, Riad ou os emirados do Golfo continuam decididos a travar uma hegemonia iraniana ou xiita na região. Mas deixam de o fazer no quadro de uma estratégia americana, ou melhor, querem ser eles a desenhá-la.
A escala de Bush em Jerusalém será simbólica. A etapa decisiva deverá ser a de Riad, observa o Washington Post. O rei Abdullah "prefere neutralizar os inimigos em vez de os afrontar".
Fonte da notícia: Público PT
Etiquetas: Médio Oriente, Presidente Bush, Visita, visita de Bush