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segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

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Venezuelanos dizem «NÃO» a Hugo Chávez

O presidente da Venezuela viu ser chumbado o seu plano de reforma constitucional pelo povo no referendo em que pretendia legitimar a sua continuidade no poder

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou esta segunda-feira a vitória do "Não" no referendo realizado naquele país da América Latina em que estava em causa a reforma constitucional proposta pelo presidente Hugo Chávez. Este resultado eleitoral acaba assim por determinar a primeira derrota eleitoral do líder venezuelano em 9 anos, num referendo cujo resultado oficial vem contrariar as previsões das pesquisas à boca das urnas, que aponntavam para uma vitória, ainda que "apertada" do "Sim".


Com um total de 97% das urnas apuradas, 50,7% dos votantes -- o equivalente a 4.504.354 millhões de venezuelanos -- optaram pelo "Não", contra 49, 29% -- 4.379.392 votantes -- que escolheram o "Sim". Após a derrota, Chávez atribuiu o resultado negativo à abstenção de 44% do eleitorado, isto porque dos 16 milhões de eleitores, apenas cerca de 8.800 milhões foram às urnas depositar seus votos.

"Eu compreendo e aceito que a proposta que fiz foi profunda e intensa", afirmou Chávez, ao comentar a vitória da rejeição à reforma da Constituição de 1999."Dou os parabéns aos meus adversários pela sua vitória. Com o coração, digo que por horas estive num dilema. Agora, saí do dilema e estou tranqüilo, e espero que os venezuelanos também estejam", acrescentou Hugo Chávez em declarações proferidas no palácio presidencial, onde disse ainda que que o resultado do referendo mostra que a democracia venezuelana "está amadurecendo", e prova que ele é um "democrata". "Deste momento em diante, vamos manter a calma", afirmou Chávez, pedindo que não haja violência nas ruas entre partidários e opositores. "Não há ditadura aqui", acrescentou.


Opositores à reforma -- entre eles bispos católicos, grupos de defesa da liberdade de imprensa, defensores de direitos civis e empresários -- afirmam que, se fosse aceite a proposta do presidente venezuelano, esta daria poder ilimitado a Chávez, e feriria os direitos básicos dos cidadãos. Por seu turno, o Departamento de Estado norte-americano disse que a derrota de Chávez no referendo é uma "vitória para os venezuelanos", que demonstraram que querem preservar a democracia. "Nós sentíamos que, por meio deste referendo, Chávez seria feito presidente eternamente, e isso não é bem-visto por nós", disse o subsecretário de Estado, Nicholas Burns, acrescentando: "Num país que quer ser democrático, o povo expressou a sua vontade e escolheu a democracia".


Oposição comemorou

A oposição a Hugo Chávez rapidamente deu largas à sua alegria comemorando o resultado agora alcançado, anunciado em Caracas pouco depois da meia-noite local.

"Esta disputa era entre a democracia e o socialismo totalitário, e a democracia venceu", afirmou o líder da oposição Leopoldo Lopez. "Ao menos agora, nós sabemos que Chávez deixará o poder", disse a estudante Valeria Aguirre, de 22 anos, que recordou ter enfrentado bombas de gás lacrimogêneo durante as manifestações de apoio ao "Não".


A votação ocorreu num clima de calma, mas 45 pessoas foram detidas por crimes eleitorais, como a destruição de urnas e outros materiais, segundo revelou o general Jesus Gonzalez, chefe militar que coordenou a segurança do acto eleitoral.Recorde-se que a proposta rejeitada iria criar novos tipos de propriedades comunitárias, e permitiria que Chávez escolhesse líderes locais para realizar um novo desenho do mapa político, podendo suspender os direitos civis durante prolongados estados de emergência.

Agora, sem a reforma constitucional, Hugo Chávez não poderá concorrer à reeleição em 2012. Outras mudanças seriam a diminuição da carga horária de trabalho, de 8 para 6 horas diárias, a criação de um fundo de segurança social para os milhões de trabalhadores informais, e também a formação de Conselhos Regionais para que se decidisse como empregar os fundos do governo.


Entretanto, e entre os apoiantes de Hugo Chávez, houve quem lamentasse a derrota, como a vendedora de rua Nelly Fernandez, de 37 anos, que chorando convulsivamente após ter conhecido os resultados não deixou de referir que "Chávez não abandonou os venezuelanos". "Ele ainda estará lá por nós", disse. Também Carlos Orlando Vega, um carpinteiro de 47 anos, definiu Chávez de uma forma humilde: "Ele é um homem que luta pelo povo, um homem que sofreu, que veio de baixo".


Fonte da notícia: Luso Motores

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1 Comentários:

Blogger PDivulg disse...

hehe!

04 dezembro, 2007 07:26  

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