Portugueses gostam de viajar pela Europa e reconstruir casas antigas de forma moderna
Morar numa casa antiga reconstruída, viajar pela Europa e experimentar e saber coisas diferentes, como comida japonesa ou línguas orientais e passar mais tempo online do que à frente da televisão, são algumas das novas tendências que fazem mexer a sociedade portuguesa, escreve a Lusa.
As conclusões são de um estudo, realizado pela Área de Planeamento e Estudos de Mercado (APEME) em parceria com a Produções Fictícias, apresentado esta terça-feira e realizado a partir de um inquérito junto de uma amostra de cidadãos representativa de um segmento de vanguarda, de pessoas que «iniciam tendências», na esfera privada, social e pública.
«Existe a necessidade das pessoas procurarem uma relação mais intensa com o tempo e com o tempo longo, nomeadamente um certo passado e uma das tendências fortes é a importância de morar numa casa antiga reconstruída. De certa maneira os portuguesesquerem morar numa casa antiga reconstruída para porem lá dentro a modernidade», explicou Carlos Liz, responsável pelo estudo pela parte da APEME.
Preocupações ambientais
De acordo com Carlos Liz, as preocupações ambientais estão também no centro das novas tendências, com os portugueses dispostos a investir em equipamentos para a casa «para que haja poupança energética suficiente».
Contudo, a vontade dos portugueses de preservarem o passado não interfere no seu modo de vida, que é cada vez mais cosmopolita e se traduz numa enorme vontade de «visitar muitas cidades europeias, mas em pouco tempo», ou de «aprender coisas novas», como sejam línguas orientais ou experimentar comidas de culturas diferentes.
«As pessoas estão disponíveis para investir em novas aprendizagens», sintetizou Carlos Liz.
Viajar no espaço, cultura e tempo
Assim, as tendências mais significativas identificadas pelo estudo perspectivam uma sociedade que quer sair de si mesma viajando no espaço, na cultura e no tempo.
Outra das áreas que está a verificar grandes mudanças é o consumo, com as pessoas a darem cada vez mais importância aos meios online.
Para Nuno Artur Silva, da Produções Fictícias, «as novas tendências demonstram que estamos mais europeus em certos aspectos e o estudo revela cidadãos muito mais cosmopolitas, por isso estamos definitivamente longe do Portugal salazarista e mesmo a seguir ao 25 de Abril».
Mais tempo na internet que frente à TV
O humorista salienta ainda que «a maior parte das pessoas está muito mais tempo online do que à frente do televisor» e há a «ideia de misturar e de ir buscar coisas diferentes e escolher só o que nos interessa».
«As novas gerações são definitivamente gerações do mundo até muito mais do que de Portugal e acho que isso é animador», concluiu Nuno Artur Silva.
No estudo foram questionadas online 100 personalidades da sociedade portuguesa, de ambos os sexos, com idades entre os 21 e os 53 anos, que trabalham em áreas que vão da encenação, à investigação científica, passando pelas artes, humor, publicidade e comunicação, ensino universitário, formação profissional, arquitectura e literatura.
Fonte da notícia: Portugal Diário
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