Passos Coelho, the new Portuguese PM
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O início da história de vida de Pedro Passos Coelho tem passos comuns a muitas histórias vulgares na época. Aos cinco anos foi com os pais para Angola. Regressou a Portugal depois do 25 de Abril de 1974. Tinha na altura dez anos. Foi viver para a região de Trás-os-Montes.
É o concelho de Vila Real que guarda muitas das memórias daquele que daqui a dias se vai tornar no primeiro-ministro mais novo de Portugal. Pedro era filho de um médico muito estimado na região. António Passos Coelho fazia quilómetros em nome de quem precisava de cuidados. E muitas vezes ia acompanhado pelo filho Pedro.
Antigos professores e amigos em Vila Real dizem que é um líder natural e contam histórias de um rapaz bem comportado e de espírito altruísta. O pai destaca que «sempre foi muito humano».
Da família herdou ainda a capacidade de conter as emoções e os gastos. É poupado e só gasta além da conta quando se trata de livros e discos. Desde sempre gostou de ler e ouvir música erudita.
A música faz parte da sua vida e, mais do que ouvir, Passos teve aulas de canto. E, segundo conta, podia mesmo ter feito carreira da música. «A minha professora dizia-me que tinha talento para cantar. E tinha uma boa voz», revela. Uma voz conhecida agora pelos portugueses. Uma voz que sobressaiu quando no passado domingo cantou o hino durante o discurso de vitória.
O percurso de Pedro Passos Coelho nem sempre foi linear. A fazer lembrar a história contada pela sua antiga professora Mia Sequeira, que um dia, para tentar explicar à turma a difícil noção de tempo, desenhou no quadro uma linha recta. E Pedro, com 10 anos na altura, disse que não via as coisas da mesma forma e deu-lhe alguma curvatura.
«Com um gesto fez uma linha em hélice e disse: tanto pode ser na horizontal como na vertical. Pode servir para vermos o passado, situamo-nos no presente e podemos melhorar o futuro», conta Mia Sequeira. E no tempo da vida de Passos Coelho dificilmente se reconhece uma linha recta. Ele fez um tempo ao contrário. Estudou tarde. Casou e teve filhos cedo.
Acumulou a liderança da JSD com o cargo de deputado. Em 1999 deixou o Parlamento para se dedicar ao curso de economia, que terminou aos 36 anos. Foi administrador de empresas. Regressou à política em 2005 como vice-presidente de Marques Mendes. Perdeu as eleições directas de 2008 para Ferreira Leite. Mas, mesmo tendo sido excluído das listas de deputados nas últimas legislativas, não saiu de cena. Em 2010 chegou à liderança do PSD.
Olhando para o passado, diz que o «entra e sai» da política lhe trouxe um trunfo. «O desprendimento que sempre tive em relação à política talvez me tenha facilitado a opção de ter largado a política em vários momentos. Tornou-me mais vulgar do que aqueles que querem mudar o mundo e aproximou-me mais da generalidade das pessoas».
Diz ser um homem de família. Tinha 21 anos quando conheceu a primeira mulher, Fátima Padinha, uma das quatro vocalistas da então muito conhecida banda Doce. Em 1988 já era pai de uma menina, a Joana. Em 1993 nasceu a segunda filha, Catarina. O casamento durou 18 anos.
Actualmente é casado com Laura Garcês Ferreira e juntos têm uma filha, Júlia, que nasceu em 2007. Vive em Massamá, no concelho de Sintra.
Fonte da notícia: IOL