Queen of Hearts
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Da pacata rainha de copas dos baralhos convencionais à temperamental rainha de copas de Alice no País das Maravilhas - seja o livro, seja o filme - a distância é grande. E a origem desta figura também é longínqua. As cartas de jogar, oriundas da China, tornaram-se populares na Europa no final do século XIV. Veio depois a divisão em naipes (espadas, copas, ouros, paus) e a presença de figuras da corte - originalmente, rei, cavaleiro e servo. A rainha existia apenas nos baralhos de tarot. Nos baralhos convencionais, fez uma aparição num baralho alemão do século XV.
As variações eram muitas. Em França, por exemplo, as figuras representavam inicialmente personagens mitológicas ou bíblicas. A rainha de copas era a Judite bíblica. Já em Inglaterra, as figuras não representavam ninguém em particular, embora haja histórias segundo as quais a rainha de copas seria Isabel de Iorque, mulher de Henrique VII, ou mesmo Ana Bolena, mulher de Henrique VIII. Verdade ou não, certo é que a coifa da rainha do baralho corresponde às modas da época Tudor.
Os revolucionários franceses, naturalmente, não jogavam com reis e rainhas, pelo que criaram versões alternativas das figuras, representando os novos valores. Foi também por esta altura que o ás se fixou como a carta mais valiosa, em vez do rei.
Quanto à Rainha de Copas de Lewis Carroll, tornou-se uma das personagens mais queridas do mundo subterrâneo visitado por Alice. Isto apesar de ser retratada como uma tirana irascível, cuja frase mais frequente é um "Cortem-lhe a cabeça!", sentença que ordena por tudo e por nada. Há quem veja nela uma caricatura da rainha Vitória, mas esta parece não se ter dado conta: foi, desde o início, uma grande admiradora da obra de Carroll.
Fonte: Sapo Magazine
Etiquetas: Filmes, jogar, livro