Segundo a OIT, "em todo o mundo, um número estimado de 100 milhões de meninas estão envolvidas no trabalho infantil".
"Muitas dessas crianças realizam trabalhos similares aos dos meninos, mas muitas vezes sofrem também dificuldades adicionais e enfrentam riscos acrescidos", frisa a Organização Internacional do Trabalho que acrescenta que "além disso, as meninas são muitas vezes expostas a algumas das piores formas de trabalho infantil, frequentemente em situações ocultas de trabalho".
Para a OIT, "um grande número de meninas trabalha na agricultura e no sector manufactureiro, frequentemente trabalhando em condições perigosas. Um dos sectores que emprega mais jovens do sexo feminino é do trabalho doméstico em casa de terceiros. Muitas vezes este trabalho é escondido dos olhares do público, acarretando riscos e perigos".
"A exploração extrema de meninas nas piores formas de trabalho infantil inclui a escravatura, o trabalho em regime de servidão, a prostituição e a pornografia".
Meninas enfrentam múltiplas dificuldades.
O trabalho infantil está relacionado com a pobreza e muitas vezes associado a múltiplas dificuldades. "Desigualdades socio-económicas baseadas na língua, na etnia, na deficiência e em diferenças entre os contextos rurais e os contextos urbanos permanecem profundamente enraizados".
"As meninas podem enfrentar dificuldades decido à discriminação e a práticas que lhes atribuem certas formas de trabalho. Muitas realizam trabalho doméstico não remunerado para as suas famílias, normalmente mais do que os meninos. Este trabalho pode incluir tratar de outras crianças, cozinhar, limpar, transportar água ou combustível", afirma a OIT.
As meninas conjugam, muito frequentemente, longas horas de tarefas domésticas com outras formas de actividade económica no exterior o que, para a OIT, representa um "duplo fardo". "Este facto pode ter um impacto negativos nas oportunidades de irem à escola, além de que pode por em causa a sua integridade física".
Meninas sem acesso à educação
A Organização Mundial do Trabalho destaca alguns exemplos de países que estão agora a rectificar as convenções sobre o trabalho infantil, realçando a expansão do acesso ao ensino básico, com muitos Governos a eliminarem as propinas escolares e a implementação de programas de transferência social.
No entanto, a OIT ressalva que ainda há cerca de 75 milhões de crianças que não frequentam o ensino primário e que "por cada 100 meninos nas escolas, há apenas 94 meninas", e recorda as áreas rurais "onde as meninas estão particularmente em desvantagem".
"A taxa de matrícula escolar global, no ensino secundário, nos países em desenvolvimento é de 61 por cento para os meninos e de 57 por cento para as meninas. Nos países menos desenvolvidos os números são de 32 e 26 por cento, respectivamente", acrescenta.
"É evidente que no mundo em desenvolvimento um imenso número de meninas não tem acesso à educação pós ensino primário", sublinha.
Segundo a OIT, "as meninas são muitas vezes as últimas a serem matriculadas e as primeiras a serem retiradas da escola".
"A luta contra o trabalho infantil entre as meninas e a promoção do seu direito à educação são, assim, elementos importantes de estratégias mais globais para promover o desenvolvimento e o trabalho digno", remata a Organização Mundial do Trabalho.
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