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Religião: Evangélicos no Brasil: Três quartos dos brasileiros ainda são católicos. Todos os anos há dois milhões de convertidos. Templos prosperam.
Discotecas, bares, restaurantes, academias de música e DJ de drum'n'bass gospel, ginásios, agências matrimoniais, milhões de livros e discos vendidos, televisões e rádios, templos que parecem salas de espectáculos, partidos políticos e frentes parlamentares, dízimos e merchandising, as igrejas e cultos evangélicos movimentam anualmente no Brasil à volta de três mil milhões de reais (cerca de mil milhões de euros).
Um movimento em franca expansão desde que Edir Macedo e Romildo Soares fundaram a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em 1977, o primeiro dos cultos neopentecostais a aparecer no Brasil. Só entre 2000 e 2003, a percentagem de evangélicos naquele país subiu de 15 para 18% e está em crescendo - 17% dos jovens entre os 15 e os 29 anos afirmam-se evangélicos em termos de religião -, ao contrário dos católicos, que vão diminuindo a um ritmo de 1% anual.
A Igreja Católica brasileira perdeu mais de 15 milhões de fiéis nas últimas décadas, sendo que nove em cada dez desses ex-católicos se tornaram evangélicos, diz um estudo de 2004 do Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (CERIS). Aquele que se autodenomina como o país mais católico do mundo ainda tem 73% de fiéis à doutrina do Vaticano, embora haja cálculos de que em menos de quatro décadas, metade da população seja evangélica.
A discordância dos princípios impostos pelo Vaticano, a sensação de não estar a ser acolhido e a falta de apoio em momentos difíceis são os três factores mais apontados pelos sujeitos do estudo do CERIS para justificarem o abandono do catolicismo. E a sangria parece não ser mais acentuada graças à Renovação Carismática Católica (RCC), o movimento que defende a utilização de alguns dos métodos dos neopentecostais para fazer passar a mensagem aos fiéis - televisão, canções, aeróbica, etc.
A RCC tem no padre cantor Marcelo Rossi o seu líder mais carismático. A imprensa brasileira refere a existência de mais de dez milhões de seguidores e a revista Veja cita um estudo de 2006 onde 30% da população urbana brasileira mostra simpatia por esta corrente.
Apesar de continuarem a angariar fortunas e a dominarem a Frente Evangélica que no Congresso brasileiro procura impedir leis sociais demasiado progressistas, Edir Macedo e Romildo Soares - que se afastou do primeiro e fundou em 1980 a Igreja Internacional da Graça de Deus -, comerciantes sem qualquer curso superior não são hoje exemplo seguido pelos novos pregadores.
Os novos pastores têm cursos superiores, não pregam a ira contra o demónio, nem enfatizam o sobrenatural, antes aplicam receitas pragmáticas de auto-ajuda mescladas com citações bíblicas, muitas canções, são contra o álcool, as drogas, o sexo pré-marital, as minissaias e os decotes, mas não contra o divertimento, as discotecas ou as saídas nocturnas.
A Bola de Neve Church, fundada por um pastor surfista, usa um discurso urbano-juvenil para uma plateia composta maioritariamente por jovens; Sónia Hernandes, da Renascer em Cristo, envolvida na tragédia que matou nove pessoas no dia 18, recomenda a lipo-aspiração para manter a felicidade no casamento; Silas Malafaia da Assembleia de Deus vende anualmente um milhão de CD e DVD de pregações motivacionais.
Fonte da notícia:
DN OnlineEtiquetas: Bíblia, evangélicos, fiéis, pastores, pregadores, templos