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Não foi uma surpresa, foi uma confirmação: Susan Sarandon não usa meias-palavras e vai direita aos assuntos. Seja para dizer que se sentirá mais insegura em Nova Iorque caso o candidato republicano John McCain se torne Presidente dos EUA, ou para explicar que, apesar de achar óptimo que uma mulher seja Presidente, não apoiou a candidatura de Hillary Clinton por não acreditar que “a resposta seja qualquer vagina, tem que ser a certa”.
Na conferência de imprensa que deu hoje em Lisboa – onde está a convite do Lisbon Village Festival, que apresenta um ciclo com vários filmes seus – a actriz norte-americana falou de cinema, mas, sobretudo, de política. “Não vejo que as ideias políticas possam estar separadas daquilo que somos como pessoas”, disse, para explicar como escolhe os seus papéis no cinema. “Sinto uma responsabilidade quando escolho as histórias que quero contar”.
Sorridente e bem disposta, Sarandon, que vive com o actor e realizador Tim Robbins, disparou as suas críticas mais duras contra Hollywood. Em resposta a uma pergunta sobre o facto de estarem a aparecer filmes mais políticos, como W. de Oliver Stone, foi lapidar: “As boas e as más notícias são que Hollywood não é política. A única coisa pela qual nos castigam é por nos tornarmos velhos e gordos. Não se importam com política, e apostam numa coisa quando acham que lhes vai dar dinheiro. São banqueiros”. Apesar disso, não se considera uma crítica de Hollywood. “Não sou crítica. Sou realista. Aceito Hollywood pelo que é. Não tenho expectativas”.
As expectativas que tem, neste momento, estão concentradas no candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, embora esteja convencida de que “quem vier a ser Presidente vai herdar um grande, grande problema”. Apesar de tudo, vê algo de positivo no impasse em que mergulhou a crise financeira nos EUA depois de, na segunda-feira, o Congresso ter chumbado o acordo para salvar Wall Street. “Estou contente por se continuar a debater, porque acho que todos esses discursos de [George] Bush querendo empurrar-nos rapidamente para uma resposta são quase idênticos aos que nos conduziram ao Iraque. É importante que se estejam a fazer perguntas. Antes do Iraque ninguém podia fazer perguntas”.
O programa do Lisbon Village Festival inclui, hoje à noite, a antestreia nacional de um dos filmes mais recentes de Sarandon, Mr. Woodcock, uma comédia de Craig Gillespie. O ciclo que poderá ser visto no Cinema City do Campo Pequeno inclui outros recentes trabalhos da actriz que em 1996 recebeu um Óscar por Dead Man Walking: Romance and Cigaretts, de John Turturo (hoje às 20h30), Alfie, de Charles Shyer (hoje às 22h30); Uma História de Encantar, de Kevin Lima (hoje às 22h30); e No Vale de Elah, de Paul Haggis (4 de Outubro às 22h30).
Fonte da notícia: Público.pt
Etiquetas: actriz, cinema, Lisbon Village Festival, Susan Sarandon