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A Igreja procura um novo rosto digital e aposta na internet como um meio importante de evangelização. A ideia é chegar a todos, mesmo aos mais cépticos, mas sem descurar "a convivência real" que "é uma necessidade".
A Igreja "não pode viver fora da comunidade mediática", mas também não pode esquecer que "para se ser missionário tem de se estar presente, de outra forma não há missão". D. Manuel Clemente, bispo do Porto, está atento à crescente influência da internet no mundo, e sabe que um evangelho digitalizado "permite levar a mensagem a pessoas que não frequentam as nossas assembleias".
Para o presidente da Comissão Episcopal das Comunicações Sociais "a proposta cristã tem nos média uma oportunidade de chegar aos ouvintes menos afins". Um meio de evangelizar que não substitui "o relacionamento" entre as pessoas.
Intervindo nas Jornadas Nacionais da Comunicação Social, que ontem terminaram em Fátima, D- Manuel Clemente reafirmou que "o relacionamento pessoal é absolutamente necessário".
"Falar de comunidade mediática é forma de expressão, dada a falta de convivência real", sustentou o bispo do Porto admitindo que "hoje não podemos viver e conviver fora do mundo mediático".
Para o director do secretariado Nacional das Comunicações da Igreja Católica, António Rego, "a internet é um meio de aproximação à palavra de Deus", admitindo contudo que "a experiência no templo é sempre mais forte do que uma presença virtual".
Transformar em "linguagem de rua" as posições oficiais dos bispos foi o desafio lançado pelo bispo de Coimbra que admitiu a existência de "um excesso de linguagem teórica" nas mensagens transmitidas. D. Albino Cleto quer os católicos a "darem a cara" sem esperar as posições oficiais da hierarquia. "Nas questões da internet eu não falo. Há coisas que podem surgir de baixo e os bispos só dão a benção", frisou.
A necessidade de alterar a linguagem da Igreja foi defendida por Octávio Carmo, da agência Ecclesia que alertou para a urgência em superar o discurso "fatalista, de queixume e preconceito", alterando-o para uma linguagem "simples, directa, limpa" que seja compreensível por todos.
A criação de um "código moral na internet" foi outro dos assuntos em destaque neste encontro. Jorge Wemans, director da RTP2, admitiu dificuldades em saber quem regula, defendendo ser possível construir e propor um código de comportamento ético nos fornecedores de internet.
Lembrando que "policiar a internet é muito difícil", o responsável defendeu o respeito pela Lei que deve "agir de forma expedita contra os abusos", através de "uma acção rápida e coordenada". A internet "só por si não coloca questões que altere códigos deontológicos ou que mereça novas normas" por parte dos utilizadores, mas "agudiza a necessidade de ter consciência de normas deontológicas", sustentou.
Fonte da notícia: Jornal de Notícias
Etiquetas: digital, era, evangelização, Igreja, Informática, Internet