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Um jovem luso-descendente, James Santos, de Montreal, Canadá, foi agraciado com a segunda mais alta condecoração de bravura do país, pela valentia demonstrada durante o tiroteio à escola Dawson, Montreal, ocorrido em Setembro de 2006.
James Santos, que completa 20 anos em Outubro, vai receber a «Estrela da Coragem» das mãos da Governadora-Geral do Canadá, Michaëlle Jean, por, a 13 de Setembro de 2006, em pleno tiroteio na escola Dawson, ter tentado dissuadir o atacante, o quebequês Kimveer Gill, de fazer vítimas.
Interpelado pela agência Lusa a pronunciar-se sobre a obtenção da condecoração do Estado canadiano, James Santos realçou ter grande significado pessoal, mas «não me sinto nem acredito que sou um herói».
O drama de Dawson, que fez dois mortos (Anastásia de Sousa e o seu assassino Kimveer Gill que se suicidou, chocou o Canadá e o resto do mundo.
No meio da violência, além de James houve outros corajosos a procurarem intervir e ajudar.
É essa a razão por que os acontecimentos de Dawson justificam a concessão por Otava de seis medalhas, com o jovem luso-descendente a obter a distinção mais valiosa, a «Estrela da Coragem», concedida a indivíduos que demonstraram «coragem notável em circunstâncias de grande perigo».
Dos restantes agraciados pela bravura em Dawson, dois são funcionários da escola e três são polícias.
Fonte do secretariado de Rideau Hall indicou à Lusa que James Santos tem presença confirmada na cerimónia de imposição das condecorações de bravura, a qual se realizará, conforme disse, no próximo dia 19 de Setembro, em Otava, a residência oficial da Governadora-Geral do Canadá.
«Não me sinto um herói»
Questionado pela Agência Lusa sobre a obtenção da condecoração, James Santos disse sentir, desde logo, um «grande orgulho e honra» por a iniciativa de nomeação ter partido do secretariado da escola Dawson.
«Esta condecoração significa muito para mim, por ter tido a coragem de fazer o que fiz. Mas não me sinto nem acredito que sou um herói», sublinhou à Lusa.
Presentemente, James é finalista do curso Ciências Sociais do Dawson (que é uma escola pré-universitária), após o que vai concorrer à escola superior de polícia.
«Estou no último semestre. Demorei um pouco mais devido ao que aconteceu, mas vou aplicar-me a estudar para acabar este ano», prometeu.
«Sempre quis ser polícia ou bombeiro», revelou, profissões que requerem destemor, já demonstrado e agora reconhecido ao mais alto nível.
Aliás, na escolha da sua candidatura à escola superior de polícia terão pesado o encorajamento e carinho dos agentes e dos serviços policiais desde o drama de Dawson, reforçados por saberem do seu sonho.
Nascido em Montreal a 02 de Outubro de 1988 e ali residente, James Santos é filho de um casal de portugueses, Jorge (nascido na região de Lisboa) e Ana (de S. Miguel, Açores) e tem uma irmã mais nova, a Catarina, de 15 anos.
Quase dois anos volvidos sobre o incidente, James tem passado tempos difíceis, procurando sarar ou minimizar a memória da tragégia, sendo particularmente penoso a perda da amiga Stacy [Anastásia de Sousa].
O tiroteio de Dawson foi um dos mais graves verificados em escolas canadianas, tendo o pior ocorrido na Escola Politécnica de Montreal em Dezembro de 1989, no qual, Marc Lepine, um atirador nascido na cidade, matou 14 mulheres, feriu outras 14 pessoas e suicidou-se de seguida. Fonte da notícia:
IOL Diário Etiquetas: bravura, Canadá, condecoração, Estrela de coragem, James Santos, medalha