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Hoje completam-se 34 anos que uma revolução pacífica devolveu a Portugal a liberdade e, com esta, a Democracia, que andava arredia há quase meio século.
Trinta e quatro anos de liberdade e de democracia representativa parece não terem sido suficientes para que muitas pessoas se convencessem de que o poder que exercem os políticos é direccionado única e simplesmente para proveito e bem estar do povo e para defesa dos cidadãos. Seja de que estrato forem e em que função exerçam. Os detentores do poder, assim, terão que cada vez mais estar junto dos cidadãos para proporcionar a igualdade de oportunidades e a defesa intransigente dos descriminados. E isso nem sempre se regista. Umas vezes por pesporrência outra vezes por cegueira.
Parece ser fundamentalmente por essa razão que a população em geral anda cada vez mais divorciada da política. E, obviamente, essa tendência acentua-se sempre que um acto eleitoral se aproxima, e no fim do ano em curso, mais propriamente em Outubro próximo, há mais um, o das legislativas regionais. Preparam-se e planeiam-se já acções de campanha, comícios, contactos com as populações, etc.. Os Congressos partidários já começaram. Toda uma poderosa máquina de "marketing" bem engendrada está sendo preparada. A par disso vão-se tomando medidas com mais visibilidade para que a população se sugestione com empreendimentos eleitoralistas.
Aqui na Região a "azáfama", portanto, da "ante-pré-campanha-pré-eleitoral" para o acto de Outubro já começou. Os dois partidos mais representativos estão em acção. O PS já fez o seu Congresso e o PSD, em frenesim político, prepara-se para uma contraposição que demonstre aos eleitores os seus projectos. Há que aproveitar o tempo para reverem os discursos, deixando de se entrincheirar na crítica fácil. Outrossim apontando caminhos, criando, sobretudo, a ilusão, de que este é um mundo bom, governado por gente melhor.
Todo este ambiente não teria sido necessário sem o 25 de Abril de 1974, que restituiu a Portugal a liberdade e a democracia, de que esteve arredado na longa "noite" de 48 anos de fascismo.
Hoje, tudo é diferente. Mas nem tudo ocorre de modo a que o povo esteja, num todo, a viver melhores dias. Injustiças – muitas – têm condicionado um viver mais condigno. Por falta de dirigentes políticos a quem tem faltado um melhor sentido de retribuição da riqueza.
A sociedade precisa de elites políticas, culturais, intelectuais e económicas. Destacando-se da população, elas influenciam decisivamente a evolução social. A democracia não se opõe, pelo contrário necessita dessa classe dirigente, desde que seja aberta, móvel, lúcida e respeite as regras. Nem sempre o povo entende o caminho proposto e é normal que desconfie dos líderes. Estes, sob pressão, sentem necessidade de se justificar, corrigir, gerar resultados. Esta interacção saudável entre classes faz a comunidade progredir, mesmo com zangas e lutas.
25 de Abril de 1974. 34 anos são já passados. No entanto no aspecto social ainda há muito por fazer.
Tive a feliz oportunidade de assistir presencialmente a esse extraordinário evento. O povo festejou de um modo esfusiante a revolução dos cravos e continua a festejar a data em que foi devolvida a liberdade, da qual proveio a Democracia e dias melhores para este País à beira mar plantado.
Dias melhores vieram, mas continuou a constatar-se bolsas de pobreza.
Continua a haver ricos mais ricos e pobres com parcos rendimentos, cada vez mais pobres. Ainda há dias um estudo demonstravam que em Portugal havia dois milhões de pessoas, abaixo do limiar da pobreza, auferindo menos 400 euros mensais. Por outro lado há empresas com lucros fabulosos. Realidades que fazem pensar!...
Fonte da notícia: Diário dos Açores
Nota Pessoal:
Portugal comemora mais um 25 de Abril, 34 anos após a revolução dos cravos. Lembro-me de estar numa aula de educação bilingue, nos Estados Unidos, na altura que se deu o primeiro 25 de Abril. Lembro-me igualmente de toda a miséria que existia em Portugal antes dessa data. E, porque sou alguém que se lembra do antes e depois, apenas tenho isto a dizer: valeu a pena o 25 de Abril, valeu a grande coragem desses capitães de Abril. O meu obrigado a todos. Viva a Liberdade e viva Portugal!
Etiquetas: 25 de Abril, cravos, Liberdade, revolução