Para ver a animação clique neste cartoon e aguarde uns segundos. To view the animation click on this collage and wait a few seconds. Um ex-padre católico pôs fim a 61 anos de poder do Partido Colorado. Fernando Lugo, conhecido por "bispo dos pobres", venceu as eleições presidenciais de ontem no Paraguai.
Blanca Ovelar, a primeira mulher candidata à presidência do país, reconheceu a derrota numa altura em que milhares de paraguaios já enchiam as ruas de Assunção festejando a vitória do antigo sacerdote.
"Hoje escrevemos um novo capítulo na história política da nossa nação", disse Lugo, 56 anos, que abandonou o sacerdócio há três anos, dizendo sentir-se impotente para ajudar os pobres nessa condição. Um ano depois de abandonar a Igreja, Lugo lançou a sua carreira política liderando uma coligação de centro-esquerda (Aliança Patriótica para a Mudança) e criando como lemas o fim da corrupção e das desigualdades.
Os seus detractores tentaram ligá-lo aos criminosos que raptaram e mataram a filha do antigo Presidente, mas Lugo negou qualquer ligação a esse crime.
Lugo considera-se um independente e tem-se mantido afastado de alguns dos líderes mais radicais da América do Sul, incluindo Hugo Chavez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia).
O Partido Colorado dominava a vida política no Paraguai desde 1947 e apoiou a violenta ditadura de 35 anos de poder do general Alfredo Stroessner até que ajudou a "varrê-lo" do poder, em 1989.
Fonte da notícia: Público.ptNota Pessoal:
Um bispo é tradicionalmente considerado um príncipe da Igreja Católica e agora, porque venceu as eleições presidenciais, passa a ser também um príncipe do Estado, sem dúvida que é um caso muito interessante, é apenas uma transferência de poderes.
Segundo a Agência Ecclesia Esta eleição representa um problema interno para a Igreja, dado que Lugo está suspenso pelo Vaticano, após ter sido recusando o pedido de renúncia que o prelado apresentara, assinalando que a condição episcopal, uma vez assumida, é para toda a vida.
O Direito Canónico determina que a renúncia apresentada por um Bispo possa ser concedida ou negada pelo Papa, que poderá ainda optar por suspendê-lo, como aconteceu com D. Fernando Lugo.
O presidente da Conferência Episcopal local, D. Ignacio Gogorza, já afirmou que este problema será tratado pessoalmente pelo Papa, anunciando que “haverá novidades provenientes da Santa Sé”.
O segundo parágrafo do Cânone 287 do Código de Direito Canónico proíbe os clérigos de tomarem “parte activa” em partidos políticos, admitindo excepções quando assim “o exija a defesa dos direitos da Igreja ou a promoção do bem comum”, a juízo da autoridade eclesiástica.
A a suspensão "a divinis", que se aplica neste caso, significa que o Bispo "permanece no estado clerical e continua obrigado aos deveres a ele inerentes, embora suspenso do ministério sagrado".
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