É Natal. Saúdo todos os Açorianos – os que vivem nas nossas ilhas, como os que estão noutros lugares; os que aqui nasceram ou os que são açorianos por opção e com o coração. Somos tantos, em tantas terras. Tantos que sentem o orgulho de ser açoriano. Tantos, mas como uma única família.
O Natal é a festa que nos convoca exactamente para a valorização do sentido de família e para a reunião solidária. Para a valorização da família que somos todos nós, independentemente dos graus de parentesco.
Evocando o nascimento de Jesus celebramos também a capacidade, que todos temos, de renascer: a capacidade de começar de novo, de fazer melhor, de fazer diferente, de cumprir a promessa de Ano Novo.
É bom que estejamos mais propensos para a percepção da realidade que nos envolve, ou, pelo menos, dos desejos e das aspirações dos que nos são mais próximos. É bom que, pelo menos por alguns dias ou semanas, estejamos mais sensíveis ao sofrimento e à alegria dos outros.
É tudo isso, afinal, o que acontece de mais extraordinário no mistério do Natal – o apelo à transformação da indiferença na preocupação; da interrupção da insensatez pela reflexão; da força que ganha a fraternidade perante o egoísmo.
Mas é preciso mais, e por mais tempo.
É preciso dar mais força ao sentido de comunhão do Natal, na perspectiva da esperança do Ano Novo.
É uma hipocrisia sermos humanistas ou caridosos apenas uma vez por ano e para limparmos a nossa consciência. Por isso, todos temos que contribuir mais activamente para a felicidade colectiva; todos temos que ampliar os espaços de generosidade dos nossos corações; todos temos que, com mais persistência e com mais energia, viver a promoção do Bem – no sentido do que é bom, do que é justo, do que é lícito e do que é do interesse de todos.
O nosso mundo precisa de nós para haver uma sociedade mais justa e os Açores precisam da ajuda de todos. Para vivermos em progresso não basta o bom governo, mas são também necessários bons cidadãos, ou seja, gente empenhada no bem comum.
Todos sabemos que ainda há muito para fazer – possivelmente, sempre haverá – nas nossas ilhas, a favor do desenvolvimento, da tranquilidade e do bem-estar das pessoas e das famílias.
Entre nós, porém, felizmente, não se morre de fome nem abandonado na doença; não se vive no medo da guerra ou na insegurança do terrorismo ou da grande criminalidade, como acontece numa parte cada vez mais significativa do planeta, onde, igualmente, milhões de pessoas vivem o desespero da fuga, à procura de refúgio, de caridade, da lei ou simplesmente de possibilidade de vida. Nesses países e regiões, afinal tão perto de nós, crianças e jovens crescem dentro, ou na consciência, dessas infelicidades, que são vistas por eles como inevitáveis e como civilizacionais.
Nos Açores, não vivemos com esses pesadelos, mas devemos sempre ter a ambição de construir uma sociedade melhor, convocando para isso os nossos mais atentos cuidados.
Precisamos de ainda mais investimentos, e de ainda mais empresas, para que haja mais empregos para os nossos jovens e melhores remunerações.
Precisamos de continuar a cuidar dos nossos recursos naturais e paisagísticos, para usufruirmos melhor as nossas ilhas e atrairmos mais visitantes e com eles mais riqueza.
Precisamos de dar mais passos na melhoria dos transportes, proporcionando uma maior mobilidade dentro e para fora ou com destino à nossa Região.
Precisamos de tudo continuar a fazer para manter os cuidados de saúde gratuitos nos hospitais e centros de saúde, de modo a garantir o acesso dos que mais precisam.
Precisamos de prosseguir a obra maravilhosa que temos feito de apoio à infância, aos idosos, aos carenciados de habitação e às famílias com problemas graves, para que todos se sintam mais seguros e confiantes no futuro.
Com a colaboração de todos, eu sei que, no novo ano que se aproxima, vamos continuar a conseguir fazer esse caminho de valorização, de progresso e de bons resultados – melhorando o que é preciso melhorar; corrigindo o que é preciso corrigir. Tudo farei, como Presidente dos Açores, para que isso aconteça.
A todas as Açorianas e Açorianos – e, de forma muito expressiva, aos nossos concidadãos residentes nos Estados Unidos da América, no Canadá, nas Bermudas, no continente português, ou em outras partes do Mundo – bem como aos imigrantes que estão a residir nas nossas ilhas, e que aqui trabalham e nos ajudam integrando-se na comunidade, desejo, em meu nome pessoal e no da minha família, e em nome do Governo, um Feliz Natal e muita saúde e prosperidades em 2008.
Bom Natal.
Fonte da notícia: GaCS
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