Organismo diz que se está perante um problema «imprevisível»
O último relatório de Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) lançou um alerta preocupante no seu último relatório: o mundo vai enfrentar uma crise devido à falta e ao aumento de preço dos alimentos nos próximos anos. O estudo Perspectivas Alimentares, citado pelo jornal espanhol El País, refere que as reservas estão a descer rapidamente ao contrário dos preços, que têm atingido níveis históricos.
De acordo com a FAO, a conjugação destes dois factores pode criar nos próximos anos uma crise «imprevisível e preocupante». O estudo da organização aponta que as reservas de cereais caíram 11 por cento, para o nível mais baixo desde 1980. Já os preços dos alimentos subiram 40 por cento, um progresso muito acentuado, relativamente aos 9 por cento de aumento de há um ano.
«Temos que fazer frente à fome mundial que se aproxima», disse o director do programa mundial de alimentos da ONU, Josette Sheeran, dando conta que o problema «pode prejudicar os mais necessitados durante décadas».
Pobres são o grupo de maior risco
Os dados indicam que os países mais frágeis são os que terão mais dificuldades em enfrentar os problemas previstos no estudo da FAO. No último ano, os alimentos que importaram subiram de preço 25 por cento.
Os países em vias de desenvolvimento também serão afectados de forma especial num cenário de crise.
Além do aumento excessivo do preço dos alimentos e da descida das reservas de comida há ainda outros dados a ter e conta e que podem contribuir para o acentuar do problema como as alterações climáticas, que têm provocado um maior número de secas e inundações, e ainda o aumento do preço do petróleo e da procura de biocombustíveis.
A FAO já apelou a que se tomem medidas urgentes para evitar uma crise mundial. Entre elas defende a venda a preços reduzidos de sementes e fertilizantes aos agricultores dos países pobres, de forma a aumentar a produção de alimentos básicos.
Fonte da notícia: PORTUGAL DIÁRIO
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