Criado para favorecer o desenvolvimento pessoal e a solidariedade, o Banco do Tempo é um sistema que organiza a troca de serviços entre os seus membros, que dão e recebem: cada pessoa presta um determinando serviço e, em troca, recebe um outro serviço de que necessite.
Para Irene Santos, coordenadora do projecto em Cascais, o mais importante é «fazer um cruzamento entre o lado pessoal e profissional».
«Aqui, as pessoas têm oportunidade de mostrarem os seus talentos, ao mesmo tempo que ajudam os outros, reforçam laços e vivem em comunidade», afirmou a responsável à agência Lusa.
Embora já exista há dois anos, o Banco do Tempo de Cascais só foi hoje oficialmente reconhecido pela Câmara. De acordo com o presidente da autarquia, António Capucho, a ideia vale por ser «simples e eficaz».
«A unidade de troca é o tempo, que, para uns, pode ser um bem escasso, mas para outros pode servir para ajudar a comunidade», disse o autarca, sublinhando que «é através de iniciativas assim que é possível combater o isolamento e solidão».
Inscritas já há dois anos na agência de Cascais do Banco do Tempo, Manuela Couto e Maria de Fátima Soares têm um sentimento comum: «Felicidade».
«Para mim é uma alegria poder dar. Já ajudei a fazer muitas bainhas de calças, muitos cortinados, muitas peças de roupa, porque o que melhor sei fazer é costurar e é isso que posso dar, além de que assim nunca estou sozinha», explicou Manuela Couto.
Também Maria de Fátima, cuja vocação está direccionada para a agricultura biológica, mostrou-se «preenchida interiormente» por participar no Banco do Tempo.
«Sabe-me bem mostrar aos outros aquilo que sei, reunir as pessoas para irmos plantar alimentos, cultivar nas hortas. Quero sempre aprender mais coisas, pô-las em prática e depois partilhá-las com os outros», contou.
Aprendizagem de línguas estrangeiras, preparação de eventos, apoios manuais, organização de conversas e apoio em gestão de burocracias são alguns exemplos dos serviços de troca mais utilizados no Banco de Tempo.