Rir é mesmo «o melhor remédio»

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O humor é uma ferramenta terapêutica que deveria ser introduzida nos cuidados de enfermagem para minimizar a angústia dos doentes internados, demonstra um estudo de uma investigadora da Universidade do Algarve (UAlg), escreve a Lusa.

Durante cerca de um ano e meio, Helena José contou com a colaboração voluntária de 19 enfermeiros do serviço de Cirurgia do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA), que introduziram o humor no dia-a-dia profissional.

Os resultados foram evidentes para a investigadora: o humor não só minimiza a ansiedade e a angústia dos doentes internados como atenua o «stress» dos próprios enfermeiros, reforçando também a relação entre ambos.

O estudo de Helena José culminou na apresentação da tese de doutoramento «Resposta humana ao humor: Quando o humor integra o agir profissional dos enfermeiros», defendida em final de Janeiro, na Universidade de Lisboa.

Para fazer a recolha de dados, foram analisados documentos escritos e aplicada a 77 doentes e 19 enfermeiros a Escala Multidimensional do Sentido de Humor, além da realização de entrevistas e períodos de observação.

Estratégias para interagir

Os enfermeiros utilizaram ainda várias estratégias para interagir com os doentes, como contar anedotas, ver filmes cómicos, ler livros de humor e promover vários tipos de brincadeiras.

O estudo comprovou que o humor minimizou sentimentos negativos e promoveu a comunicação, tornando a relação entre ambos mais informal, facilitando a expressão de sentimentos e aliviando a ansiedade.

«A integração do humor no agir profissional dos enfermeiros é um avanço no estabelecimento da interacção enfermeiro-doente, ao promover o declínio de uma imagem séria, rígida e formal», sublinha a investigadora.

Helena José aproveita ainda para, na sua tese de doutoramento, lançar um repto aos administradores de unidades de saúde e seus profissionais, entre outros, a reconhecer o poder «transformador» do humor.

A docente do Departamento de Enfermagem da Escola Superior de Saúde de Faro da Universidade do Algarve tornou-se, com este estudo, na primeira doutorada em Enfermagem da Universidade de Lisboa.

Fonte da notícia: IOL Diário