No centro dos trabalhos, iniciados no dia 27, está a crise global, económica e ambiental, que muitos participantes vêem como uma oportunidade para relançar a actualidade dos princípios de base do Fórum, distanciando-se do capitalismo selvagem, do neoliberalismo e do imperialismo, com a proposta de uma agenda alternativa para a reconstrução do sistema global.
O encontro foi precedido, na mesma cidade da Amazónia, por um Fórum mundial sobre teologia e libertação, centrado no desenvolvimento de uma teologia da “sustentabilidade da vida na Terra”.
Este encontro em solo brasileiro constitui, há muitos anos, um espaço de encontro e debate para associações e movimentos comprometidos na construção de “outro mundo possível”, mais solidário, democrático e justo.
Como em ocasiões anteriores, o Fórum conta com uma forte participação de organizações eclesiais e ecuménicas. A delegação do Conselho Mundial das Igrejas irá estar presente em vários seminários dedicados à crise económica e à emergência ecológica.
Rogate Mshana, responsável do Conselho para área da pobreza e da ecologia, diz que desde uma perspectiva cristã “não existe um sistema” económica que seja “tão sagrado ao ponto de não poder ser mudado”.
Uma tenda ecuménica e uma capela inter-religiosa, para além de uma série de laboratórios, são algumas das iniciativas eclesiais oferecidas por ocasião deste encontro.
Os Institutos religiosos são uma presença constante nestas iniciativas. Só da família Comboniana, por exemplo, está presentes cerca de 100 membros, entre padres, irmãos, irmãs, leigos, jovens e estudantes.
A organização católica para a solidariedade e a ajuda humanitária, Caritas, considera o Fórum como uma ocasião de diálogo e debate sobre questões ligadas à globalização e à recessão mundial.
Cristina dos Anjos, directora nacional da Caritas Brasil, explicou que “para a nossa organização, o Fórum Social Mundial é uma oportunidade para globalizar a solidariedade, algo crucial na construção de um mundo diferente”.
Os representantes da Caritas liderarão vários dos grupos de trabalho programados para esta edição do Fórum dedicados a questões que vão do tráfico de pessoas ou o processo de paz na Colômbia até à produção de gás e petróleo no Delta do Níger.
O Fórum Social Mundial regressa este ano ao Brasil, onde nasceu (Porto Alegre, 200), após ter passado pela cidade indiana de Mumbai, o Quénia e uma edição tripartida (2006) pela Venezuela, Paquistão e Mali.
Em 2008, o Fórum foi substituído por uma jornada de acção global, que integrou manifestações e encontros em mais de 100 países.
Fonte da notícia: Agência EcclesiaEtiquetas: Belém, Brasil, Caritas, crise, Fórum, Igrejas, Pará, religiosos