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O ex-líder do PSD, Luís Filipe Menezes, atacou duramente a actual direcção do partido, num artigo de opinião publicado esta sexta-feira no Jornal de Notícias. No texto, intitulado «Não existo, logo penso», o presidente da Câmara Municipal de Gaia critica o que considera ser o «silêncio» da líder dos sociais-democratas, Manuela Ferreira Leite, descrito como um «voto de castidade verbal».
«O PSD do Algarve reuniu centenas de militantes e simpatizantes sociais-democratas na tradicional Festa do Pontal. A Direcção do PSD não compareceu. Gente de palavra. Banhos são banhos. Descanso é descanso. Para além da coerência que obriga a não haver misturas com um povão a cheirar a sardinha assada. Prevalece, assim, o voto de castidade verbal, só violável a 7 de Setembro!», escreve Menezes, com uma referência última à Universidade de Verão do PSD, em que Ferreira Leite irá participar.
Luís Filipe Menezes descreve como «marasmo» o silêncio do seu partido sobre os recentes casos de criminalidade, acerca de «estudos arqueológicos adiados a favor do betão da empreitada da barragem do Sabor», relativamente ao conflito na Geórgia e até sobre a «polémica à volta da selecção olímpica».
«O actual silêncio da Direcção do PSD está errado», sentencia. Para depois explicar: «Errado porque um país em dificuldades não foi de férias e precisava de ouvir a voz de uma oposição alternativa, errado porque se deu espaço para o primeiro-ministro marcar a rentrée com uma leitura enviesada sobre a economia e o emprego, errada porque as vitórias baseadas exclusivamente no falhanço alheio são efémeras, errado porque em democracia nada substitui o carinho e a mobilização da base social de apoio partidária, algo que ainda não se faz através da net ou da TV».
Menezes recorda ainda as suas visitas «aos bairros da Cova da Moura, Quinta do Mocho, Zona J de Chelas, Aleixo», na altura em que presidia ao PSD, para sublinhar: «Nada substitui, em democracia, a força do contacto pessoal, do aperto de mão sentido, do olhar profundo nos olhos de um eleitor».
Para o autarca de Gaia, «a expectativa gerada com um silêncio de dois meses só poderia ser quebrada por uma declaração que abalasse o eleitorado». «Como não consta que seja desejável ou justificável declarar a guerra a Marrocos ou a Castela, tudo o que vier do discurso de 7 de Setembro será inevitavelmente pífio», aponta.
«Oxalá não culpem o impacto mediático do Red Bull, a realizar na mesma data no rio Douro, pelo fiasco anunciado. A ser assim, só restará à nova Direcção do PSD desacreditar Descartes e defender uma nova tese, ajustada ao seu comportamento: Não existo, logo penso», conclui.
Fonte da notícia: IOL Diário
Etiquetas: castidade verbal, Filipe Menezes, humor político, Manuela Ferreira Leite, PSD, silêncio