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Um cirurgião e um enfermeiro da Marinha Portuguesa estão a participar numa missão humanitária a bordo do maior navio-hospital do mundo, que está há quatro dias em Timor-Leste, onde já foi dado auxílio médico a quase 900 pessoas, refere a agência Lusa.
Em declarações, o cirurgião português Nelson Olim explicou que o navio da marinha norte-americana «USNS Mercy» tem uma capacidade global, em termos de número de camas, equivalente ao Hospital de Santa Maria, o maior hospital português.
«A Marinha Portuguesa foi formalmente convidada a participar no primeiro trimestre deste ano. A bordo somos um cirurgião geral e um enfermeiro instrumentista da Marinha Portuguesa, havendo outras marinhas de outros países também representadas», contou Nelson Olim.
Navio é capaz de realizar 300 cirurgias por dia
A missão global do «USNS Mercy» tem a duração de quatro meses, passando pelas Filipinas, Vietname, Timor, Papua Nova Guiné e Micronésia. No entanto, a participação da Marinha Portuguesa é restrita a Timor-Leste e tem a duração de um mês, devendo terminar no fim de Julho.
Há quatro dias que o navio se encontra fundeado na baía de Díli, uma vez que o porto não tem capacidade para receber uma embarcação com estas dimensões. O navio é o centro da vertente cirúrgica da missão com capacidade para realizar 300 cirurgias diárias, refere Nelson Olim, mas no terreno estão destacamentos médicos em Díli, Baucau, Viqueque e no Bairro Pité.
«As carências na área da saúde são enormes, falta quase tudo. O hospital de Díli, por exemplo, só tem um desfibrilhador e está avariado. A maioria dos doentes apresentam-se com situações crónicas, que se arrastam há anos e que não conseguem resposta no serviço de saúde local», descreveu Nelson Olim.
«Operar em inglês não é a mesma coisa que operar em português»
Doenças oftalmológicas (como cataratas), ginecológicas (tumores no útero e ovários), cirurgia plástica para queimados e cirurgia geral para bócios, hérnias ou tumores intestinais têm sido algumas das actividades com maior incidência.
Para o cirurgião da Marinha, do ponto de vista humanitário, esta missão é «verdadeiramente excepcional», tendo sido vistos em três dias de missão em Timor-Leste 893 doentes. No total, esta missão já observou 40 mil doentes nos vários países.
Apesar de destacar que a integração da equipa portuguesa na missão foi «rápida e excelente», Nelson Olim também sublinha que «operar em inglês não é a mesma coisa que fazê-lo em português». «Os instrumentos têm nomes diferentes, as rotinas cirúrgicas são diferentes», exemplificou.
Inicialmente o «USNS Mercy» era um super-petroleiro
Segundo um dos dois elementos da Marinha Portuguesa que estão a participar nesta missão, o norte-americano «USNS Mercy» é comparado, em termos de capacidade, aos 10 melhores hospitais dos Estados Unidos.
A bordo estão actualmente nesta missão 983 pessoas, sendo que 44 pertencem a organizações não governamentais, e 52 pertencem a marinhas estrangeiras, como é o caso dos dois profissionais portugueses. Acrescem ainda elementos dos três ramos das forças armadas norte-americanas.
O «USNS Mercy» - construído inicialmente como super-petroleiro e reconvertido em 1984 - tem ainda capacidade de produção de água potável de mais de um milhão de litros de água por dia e o seu convés está preparado para receber qualquer tipo de helicóptero existente, estando dois actualmente embarcados.
Fonte da notícia:
IOL Diário Etiquetas: EUA, hospital, Navio, USNS Mercy