Ali Agca says the end of the world is near
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O turco que em 1981 disparou contra o Papa João Paulo II, Mehmet Ali Agca, foi hoje libertado de uma prisão do seu país e proclamou "o fim do mundo", dizendo que "todo o ser humano morrerá neste século...".
Depois de mais de 29 anos passados nas cadeias, primeiro na Itália e depois na Turquia, Ali Agca acenou para os jornalistas que o aguardavam à saída da cadeia de Sincan, nos arredores de Ancara, e seguiu para um hospital militar. Vai agora sujeitar-se a uma inspecção médica, com vista ao eventual cumprimento do serviço militar, apesar de já estar com 52 anos."Eu sou o Cristo eterno", disse o ex-prisioneiro, num comunicado distribuído pelo advogado daquele que já anteriormente se proclamara "o novo Messias".
Ali Agca, nascido a 9 de Janeiro de 1958 numa família pobre da Turquia, disparou a 13 de Maio de 1981 contra o Papa polaco, quando este circulava em carro aberto pela Praça de São Pedro, no Estado do Vaticano, que ocupa uma parte da cidade de Roma.
O soberano pontífice foi atingido nmo abdómen, na mão esquerda e no braço direito, mas as balas não chegaram a atingir órgãos vitais, tendo depois João Paulo II ido em 1983 à prisão de Rebibbia, para visitar o atacante e lhe perdoar o acto.
motivo do ataque continua até hoje a ser uma incógnita, se bem que a dada altura o detido tenha sugerido que a Bulgária e a KGB, a polícia secreta da União Soviética, tinham sido os mandatários da sua acção.
, retractou-se de semelhantes afirmações, numa série de declarações contraditórias que sempre foram baralhando a justiça, ao longo das décadas em que esteve preso.
O seu advogado, Gokay Gultekin, disse que ele vai hoje descansar na capital, enquanto a estação particular de televisão NTV afirmou que ele seguiria mais tarde para Istambul. Tudo isto se acaso o Exército não o mandar comparecer de imediato em nenhum quartel, para iniciar uma recruta fora de tempo.
Ele estava agora na prisão de Sincan a cumprir o resto da pena pelo assassínio do jornalista Abdi Ipecki, em 1979. Recebera uma pena de prisão perpétua, o que segundo a lei turca poderá traduzir-se na prática em 36 anos, mas fugiu da cadeia menos de seis meses depois de lá ter entrado, havendo aparecido dois anos depois na Praça de São Pedro a disparar contra o Papa.
Tanto quanto se tem noticiado, era um simpatizante da organização de extrema-direita Lobos Cinzentos, que na década de 1970 andava nas ruas a combater toda a gente que fosse considerada de esquerda, como era o caso do jornalista Ipecki.
de extraditado da Itália para a Turquia, em 14 de Junho de 2000, Ali Agca foi de igual modo condenado a sete anos e quatro meses de cadeia por dois assaltos que cometera em 1979. Mas as autoridades descontaram-lhe o tempo passado em celas italianos, pelo ataque a João Paulo II, e beneficiou ainda de algumas amnistias, pelo que chegou a ser libertado efemeramente em 2006 e reincarcerado oito dias depois, quando os juizes concluíram que se tinham enganado nas contas.
Agora, é o Exército que não o quer deixar em paz, se bem que nos últimos anos ele tenha consecutivamente manifestado interesse em trocar a Turquia pela Itália, a Polónia ou até mesmo Portugal.
Além de tudo o mais, o turco afirma que está a pensar nas propostas que lhe têm sido feitas para escrever um livro, bem como ser protagonista de um filme e de documentários para televisão.
Fonte: Público
Etiquetas: Ali Agca, aviso, Fátima, Fim do Mundo, João Paulo II