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Todos os anos multiplicam-se os rituais que encerram o segredo da sorte. Desde as uvas passas, à cor da roupa interior, passando pelo que se deve fazer logo a seguir às 12 badaladas, o importante é acreditar que tudo isso pode fazer a diferença
Dinheiro, amor e saúde. Está tudo ao alcance da sua imaginação e de um sem fim de rituais que todos os anos se renovam, no momento em que se rasga a última folha do calendário. Os dicionários definem as superstições como sentimentos que levam à prática de deveres absurdos ou imaginários. Mas se acreditar que elas fazem a diferença, ou apenas lhes achar graça, tem um leque infindável de opções. Resta-lhe escolher a mais original.
As 12 passas são uma instituição na noite de réveillon em Portugal. Cada uma, um desejo, 12 aspirações para um ano auspicioso. Mas o gesto pode ganhar contornos mais exigentes. Há quem faça questão de o realizar em cima de uma cadeira, ou o sincronize com uma dúzia de saltos, apoiados sobre o pé direito. Segundo os que acreditam, esta é uma combinação virtuosa de rituais, que eleva as probabilidades dos desejos se materializarem.
Contudo, se tudo aquilo que fez na passagem de ano anterior não funcionou, não desespere. Nem todos os segredos para o sucesso estão à vista. Certifique-se de que cor é a sua roupa íntima. Para resultados proveitosos, deverá ser nova e colorida.
Os supersticiosos depositam a sua fé nas qualidades de cada tonalidade. Se a crise maltratou as suas economias, o amarelo promete ser um íman de bem-estar financeiro. Com um pouco mais de requinte, o dourado adiciona à promessa de uma carteira recheada, o charme que nem sempre a acompanha.
Se o dinheiro não compra amor, o vermelho contém, segundo os crentes, uma conspiração de sensualidade. Por isso, o uso de roupa interior encarnada poderá ser um fósforo de paixões na despedida da noite mais velha do ano.
Diz-se que o uso de cores mais carregadas se revela propício para a resolução de problemas mais palpáveis - o castanho é uma excelente alternativa aos centros de emprego e ajuda nas promoções de trabalho -, já as cores claras funcionam com aspirações de natureza diferente.
O branco, a cor da paz, repele as más energias e atrai a pureza e a harmonia - apesar de ser terrível com as nódoas. Já o prateado é a tonalidade adequada para quem esteja votado em desenvolver a sua faceta espiritual. A saúde, dizem os entendidos, encontra um reservatório inesgotável no verde - independentemente das preferências clubistas.
Se não costuma fazer a cama de manhã, este é o dia ideal para alterar a rotina. Basta retirar do armário lençóis lavados. Para efeitos mais eficazes, use novos. Se não tiver sorte, pelos menos tem a garantia de uma noite confortável no primeiro dia do ano.
A sorte é um terreno movediço, por isso há que ter cuidado com o que se faz nos momentos que se seguem às 12 badaladas. Por exemplo, não cumprimente em primeiro lugar uma pessoa do mesmo sexo, se quiser ter sorte no amor, a menos que essa seja mesmo a sua intenção.
Os brindes devem ser feitos com champanhe (admite-se espumante e outras bebidas etilizadas), mas água e refrigerantes devem permanecer na mesa das crianças, salvo se for o condutor de serviço ou tenha problemas de fígado (em ambos os casos a sorte costuma funcionar no sentido diametralmente oposto).
Se saltar sobre o pé direito atrai fortuna, já o esquerdo parece não ser tão auspicioso, por isso evite usá-lo como alternativa ou saltar se for uma daquelas pessoas que sofre de ambilevidade - o distúrbio de reconhecimento espacial que inviabiliza seguir indicações de trânsito, mesmo sem estar alcoolizado.
Na passagem de ano também dá sorte trazer dinheiro nos bolsos, até porque nessa noite as máquinas bancárias insistem em ostentar a irritante indicação: «Dirija-se ao Multibanco mais próximo». Uma folha de louro guardada dentro da carteira um ano inteiro pode parecer uma ideia tresloucada, mas promete manter o dinheiro perfumado.
Se não gostar de nenhuma destas sugestões, pode sempre inventar um novo ritual e convencer os seus amigos de que se trata de uma tradição secular na sua família. Quem sabe se no próximo ano a superstição da moda não é a sua.
Fonte: IOL