O médico pessoal de Berlusconi, que também é chefe do serviço de anestesia e de reanimação do hospital San Raffaele, onde está hospitalizado desde domingo o presidente do conselho, sublinhou que Berlusconi tinha passado uma segunda noite "tranquila". Sairá "amanhã" (quarta-feira), provavelmente "ao início da tarde", precisou à imprensa depois de ler o boletim médico.
O médico sublinhou que Berlusconi tinha recebido uma recomendação muito clara: "abster-se de quaisquer actividades que o expusessem a situações publicas (...) ao stress" durante "pelo menos duas semanas", mas que poderia retomar "progressivamente" o trabalho.
No plano físico, 'il Cavaliere' "come normalmente mas com um pouco de dificuldade. No plano moral, continua a ser preocupante porque continua tão abatido (...) mas começa a dar sinais de recuperação", adiantou o médico.
Zangrillo indicou ainda que teve de aumentar as doses de analgésicos porque "o aspecto mais inquietante é a dor", em particular das cervicais, que são um problema recorrente de Berlusconi, segundo médico.
O chefe de governo foi atingido na cara por um projéctil - uma réplica em miniatura da catedral de Milão - lançado por um indivíduo com historial de perturbações mentais, no domingo, depois de um comício.
Os médicos diagnosticaram uma fractura do nariz, dois dentes partidos e uma ferida no lábio superior.
O agressor, Massimo Tartaglia, 42 anos, tratado há 10 anos por problemas mentais, foi imediatamente preso e transferido para prisão sob a acusação de "ferimentos voluntários agravados por premeditação".
Questionado sobre os sentimentos de Berlusconi face ao agressor, Zangrillo indicou que o primeiro-ministro não é "um homem que guarde rancor".
Em relação às visitas de numerosas personalidades políticas ao hospital, o médico afirmou que o "inquietam um pouco" do ponto de vista do estado de saúde, mas por outro lado "ajudam a mantê-lo informado" sobre o que se passa fora do hospital.
Entretanto, o presidente da Comissão parlamentar de controlo dos serviços secretos, Francesco Rutelli, afirmou que a agressão "é um gesto isolado"-
"Trata-se de um gesto isolado que não está ligado a qualquer vontade ou assunto politico", assegurou à imprensa Francesco Rutelli, presidente daquela comissão, a Copasir, citando os dois principais responsáveis dos serviços secretos.
A Copasir ouviu hoje o secretário de Estado Gianni Letta, braço direito de Sílvio Berlusconi e principal responsável político dos serviços secretos, e o prefeito Gianni De Gennaro, director do Departamento das Informações sobre a Segurança (DIS).
"Havia tantos guarda-costas à volta de Sílvio Berlusconi que se pode considerar como fruto do azar o facto de ter sido atingido em plena cara pelo objecto atirado", adiantou Rutelli.
Fonte: DNEtiquetas: Itália, Italy, Prime Minister, Silvio Berlusconi