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Os cientistas do Instituto de Investigação do Aquário da Baía de Monterey (Califórnia, EUA) conseguiram resolver um mistério já com meio século: o do Macropinna microstoma, um peixe de olhos tubulares localizados dentro de uma cabeça transparente, que vive em zonas profundas. O peixe foi descrito pela primeira vez em 1939. Sabia-se que os seus olhos eram eficazes a captar luz, mas pensava-se que estavam fixos, o que lhe permitiria apenas ter uma visão tubular, dirigida para cima. Veja a galeria de imagens.
Os cientistas Bruce Robison e Kim Reisenbichler anunciaram a 23 de Fevereiro a descoberta, a partir de imagens recolhidas por um robot submarino operado remotamente: estes olhos conseguem rodar dentro de um escudo transparente cheio de fluido que cobre a cabeça do peixe, fazendo-a parecer o cockpit iluminado de um avião. Assim, o peixe pode olhar para cima, procurando presas, mas também em frente, para ver aquilo que está a comer. As saliências por cima na boca são órgãos olfactivos, semelhantes às narinas humanas.
Esta espécie é um dos exemplos da forma extraordinária como os peixes das profundezas se adaptam à escuridão do seu ambiente. Tal como outros, usam os olhos tubulares para detectar as silhuetas difusas das presas que lhes passam por cima. Apesar da sua capacidade de captar luz, têm um campo de visão estreito. Se os peixes vissem apenas para cima, com as suas bocas pequenas e pontiagudas seria difícil capturarem as presas. Os espécimes que tinham chegado à superfície até agora tinham a delicada estrutura protectora da cabeça destruída, pelo que as imagens que se tinha até ao momento não permitiam vê-la nem perceber o seu modo de funcionamento.
O Macropinna microstoma vive a profundidades de 600 a 800 metros. Consegue manter-se praticamente imóvel na água, e movimenta-se de forma muito precisa. Alimenta-se de vários animais pequenos, mas também de alforrecas. Os cientistas pensam que, ao detectar a bioluminescência destas presas acima da sua cabeça, o peixe se move na vertical para depois as capturar.
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