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Kosovo declara, unilateralmente, a sua independência da Sérvia. Milhares de pessoas saíram à rua para comemorar, mas ainda há muitas dúvidas sobre o processo de transição. Sérvia assegura que nunca irá reconhecer o Estado e Rússia apela à ONU. Nasce um novo Estado na Europa, com a declaração unilateral de independência por parte do Kosovo. Milhares de pessoas saíram às ruas da capital Pristina para celebrar o anúncio neste domingo.
O Parlamento do Kosovo aprovou por unanimidade e aclamação a declaração unilateral de independência desta província sérvia de população maioritariamente albanesa. «A partir de agora, o Kosovo mudou de posição política, somos agora um Estado independente, livre e soberano», declarou o presidente do Parlamento, Jakup Krasniqi, aos deputados depois de estes terem aprovado a proclamação da independência.
Esta decisão foi saudada nas ruas por dezenas de milhar de kosovares, aos gritos e acenando bandeiras da Albânia, dos Estados Unidos, do Reino Unido e da NATO. O primeiro-ministro, Hashim Thaci, declarou, entretanto, que «de hoje em diante o Kosovo é orgulhoso, independente e livre». «Nós nunca perdemos a fé no sonho de que um dia estaríamos ao lado das nações livres do Mundo, e hoje estamos», acrescentou. Também foram votados os símbolos, a bandeira e o emblema do novo Estado, escolhidos entre mais de 1.500 propostas.
Sérvia e Rússia condenam
O presidente sérvio, Boris Tadic, já reagiu, declarando que a Sérvia jamais reconhecerá a independência do Kosovo, num comunicado divulgado pouco depois de o parlamento kosovar ter aprovado por unanimidade e aclamação a proclamação de independência desta província do sul da Sérvia.
O governo russo também condenou a proclamação da independência do Kosovo, considerando-a «uma violação da soberania da Sérvia, da Carta da ONU, da resolução 1244 do Conselho de Segurança da ONU e dos princípios da Acta de Helsínquia».
Num comunicado publicado na capital russa, o ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia exigiu que a Missão da ONU no Kosovo e as tropas da NATO que se encontram no Kosovo «tomem medidas imediatas para cumprir os seus mandatos, sancionados pelo Conselho de Segurança, incluindo a anulação das decisões das autoridades de Pristina e a tomada de duras medidas administrativas em relação a elas».
Portugal prudente
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, admitiu implicitamente o reconhecimento da declaração unilateral da independência do Kosovo pela União Europeia (UE), embora salientando que alguns Estados-membros possam assumir posições diferentes.
«A partir do momento em que endossámos o relatório Athissari no Conselho Europeu de 2006 na Finlândia, a UE deu a perspectiva de que o estatuto final do Kosovo era a independência», disse Luís Amado em Amã, onde acompanha a visita do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, à Jordânia. Amado reiterou que, tal «como Portugal sempre defendeu, a unidade da UE não podia negar o princípio da flexibilidade, que é um direito dos Estados». Relativamente à posição portuguesa sobre o Kosovo, disse que será tomada em concertação entre o Governo, o Presidente da República e a Assembleia da República.
Bush aprova
George W. Bush já veio dizer que esta situação tem de ser resolvida rapidamente para que o problema dos Balcãs não continue a atormentar o panorama internacional. É por isso que os Estados Unidos aprovam o plano Ahtisaari, que prevê uma independência supervisionada, nomeadamente por milhares de forças militares e policiais de vários países, inclusive portuguesas.Fonte da notícia: Portugal Diário Etiquetas: independência, Kosovo, Rússia, Sérvia