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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

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Um país sob suspeita

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Não pode ser. Alguém que nos tire deste pesadelo. Vivemos num país em que tudo está sob suspeita. Desde as instituições fundamentais e estruturantes de qualquer Estado ao futebol.

O discurso que anda na praça pública sobre o estado das coisas do reino gera um sentimento de tal maneira claustrofóbico que ao cidadão mais pacato ou dá para verter lágrimas ou apetece fugir.

Quem ouviu e leu, de modo lúcido, o que, nestes últimos dias, se vem dizendo e escrevendo sobre determinados factos e situações, dificilmente pode ficar tranquilo. E não venha dizer-se que tudo é «fabricado» e potenciado pelos media para vender jornais ou aumentar audiências. No enredo da complexa teia da sociedade actual, não aceito, de modo intuitivo ou consequente, qualquer uma das teses de que a Comunicação Social é o "quarto poder" ou contrapoder. Porém, é indubitável que vivemos numa sociedade comunicacional. E nesta, tal como o ar, as notícias sobre tudo e sobre todos circulam ininterruptamente. E quem não tiver consciência disso, seja primeiro-ministro, simples ministro, deputado, autarca ou treinador de futebol, não vai aguentar neste tempo e nestas circunstâncias.

Aliás, pouco lhes valerá defenderem a teoria dos «bufos», agora ressuscitada, num momento muito infeliz e de grande intranquilidade, pelo treinador Paulo Bento e já muito repetida pelos homens públicos. Não é que eles, os bufos, não existam, mas ou se sabe lidar com eles ou não vale a pena construir fantasmas para explicar o que não se nega, mas não se quer que se saiba.E também não interessa à solução desta suspeição geral que os políticos se sintam perseguidos pelos media, ou até pela dita opinião pública, considerando-se como injustiçados "bodes expiatórios".

As notícias dos casos "escandalosos" nos negócios do Estado, nos negócios da Bolsa, nas empresas bancárias ou de imobiliária, nas autarquias, nos clubes de futebol, ou então sobre os homens que têm estado ou estão à frente de algumas dessas organizações ou instituições pululam. Os casos são tão conhecidos e falados nestes últimos tempos que julgo não ser necessário identificá-los.

É bem provável que muitos destes casos não sejam verdadeiros, que careçam de provas ou até não tenham a gravidade com que são apresentados. Porém, o que choca é o silêncio que sobre eles se procura fazer ou então as explicações insuficientes ou contraditórias que são dadas, porventura na pressuposição de que "a memória do povo é curta". A memória do povo (e não só do povo) pode ser curta. O que não é tão ténue é a ideia que vai ficando cada vez mais interiorizada no povo da nação estamos num país em que perante todos estes casos aludidos de corrupção, de tráfico de influências, de abuso de poder na administração dos negócios públicos ou das empresas, nas fugas ao fisco, etc., a culpa (ou melhor, a responsabilidade) vai morrendo solteira.

Falam os jornais ou as televisões e as rádios sobre os casos concretos, como falam sobre estes temas o senhor Presidente da República ou o bastonário dos advogados, ou outras personalidades insuspeitas. É verdade que alguns destes casos estão a ser investigados pelo Ministério Público e alguns já em processo de tribunal. Mas dada a morosidade do sistema judiciário e judicial e a lenta e complicada maquinação dos processos administrativos, é provável que o povo, que pela Comunicação Social tomou conta dos casos, nunca chegue em tempo real a saber do julgamento que sobre estes casos venha a ser pronunciado.

Não restam dúvidas de que o senhor procurador-geral da República, Pinto Monteiro, tomou a peito a necessidade de quanto antes demonstrar aos portugueses que está a empreender acções no sentido de o mais depressa possível restaurar nos portugueses a confiança na administração da Justiça. Mas também não restam dúvidas de que já estão muitos a barrar o seu caminho, dentro e fora da engrenagem da máquina da Justiça.

Importa, todavia, não empurrar sistematicamente para os poderes públicos, e em particular nesta matéria para os poderes de investigação e juízo a responsabilidade da dificuldade em sairmos deste impasse. Este país é uma aldeia e toda a gente quer a defesa da sua aldeia. Numa aldeia, são fortes os laços de consanguinidade. As promiscuidades surgem das próprias relações familiares e vizinhança. Nem é preciso as situações laborais ou organizacionais. Conhecem-se uns aos outros. Nas virtudes e nos "podres". Não há quem não tenha, por isto ou aquilo, telhados de vidro. "Tu conheces os meus males, mas eu também conheço os teus". Aplique-se este raciocínio da pequena aldeia aos partidos políticos ou aos grandes grupos económicos ou aos clubes de futebol deste pequeno país. E talvez se perceba a tolerância zero que grassa sobre os "casos escandalosos".

Depois, há o recurso ao dever de reserva ou aos segredos de Estado, seja pelos submarinos ou helicópteros adquiridos, seja pelos despachos assinados fora de tempo, ou pelos eventuais voos da CIA nos Açores, ou pelo inexplicado desaparecimento da pequenina Maddie, e provavelmente conseguirá começar a perceber-se como o "silêncio dos inocentes", em Portugal, se torna igual ao "silêncio dos culpados".

Da autoria do Dr. Paquete de Oliveira, Sociólogo e professor do ISCTE

Fonte da notícia: Jornal de notícias

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