50 years ago Yuri A. Gagarin was the first man to travel into Space Para ver a animação clique neste cartoon gif e aguarde uns segundos To view the animation click on this cartoon gif and wait a few seconds
O mundo recorda hoje a primeira viagem de um ser humano ao espaço. Foi há exatamente cinquenta anos que o cosmonauta soviético Yuri Gagarine deixou a terra a bordo de uma cápsula Vostok e circundou o planeta, regressando depois à superfície são e salvo. O momento foi um marco na história da humanidade e manteve a URSS na dianteira da corrida espacial, até à chegada à lua dos americanos oito anos mais tarde.
A 12 de abril de 1961, com as palavras “vamos a isto” Gagarine embarcou na sua viagem, a bordo de uma minúscula cápsula espacial de apenas dois metros de diâmetro. Aos 27 anos de idade o cosmonauta circundou a terra durante 108 minutos, antes de reentrar na atmosfera e se ejetar, descendo de paraquedas numa planície do centro da Rússia.
Tal como tinha acontecido em 1957, quando o Sputnik se tornou no primeiro satélite artificial a circundar a terra, a notícia da chegada de um russo ao cosmos foi recebida com espanto em todo o mundo e com apreensão nos Estados Unidos, envolvidos na guerra fria com a União Soviética.
A notícia provava, para além de qualquer dúvida, que a América se tinha deixado atrasar tecnologicamente em relação aos soviéticos. Só dez meses depois os EUA conseguiram responder, tendo o astronauta John Glenn sido o primeiro americano a chegar ao espaço.
Proeza de Gagarine acelerou ida à Lua
O voo bem-sucedido de Gagarine contribuiu para energizar o programa espacial americano, que viu reforçados os seus recursos num esforço para recuperar o tempo perdido.
O resultado viria a ser a chegada à lua dos primeiros astronautas americanos a 20 de julho de 1969. Algo que talvez nunca tivesse acontecido, se não fosse pela concorrência feroz entre as duas superpotências da época.
Yuri Gagarine não viria a assistir a isto. A 27 de março de 1968, ele e o seu instrutor de voo morreram na queda do MIG-15 que pilotavam, durante um voo de treino de rotina, num acidente cujas causas nunca foram completamente explicadas.
Por essa altura já o esforço soviético estava órfão. O pai do programa espacial, Sergei Korolev tinha morrido em 1966 deixando sem direção central os planos para bater os Estados Unidos na chegada à Lua.
"Era do ouro" da conquista espacial
Korolev era para os soviéticos o mesmo que Werner von Braun para os americanos. Foi ele que desenhou o foguetão R7 que colocou em orbita o Sputnik e a cápsula de Yuri Gagarine. Sem a presença da sua forte autoridade, os recursos nacionais diluíram-se em vários esquemas rivais para atingir a superfície lunar.
Os cinquenta anos da chegada ao espaço de Yuri Gagarine são por isso uma recordação de uma era de ouro e estão a ser comemorados na terra, em órbita e no ciberespaço.
Um vídeo feito a partir da Estação Espacial Internacional (ISS) a recriar, em tempo real, a órbita seguida há meio século por Gagarine foi divulgado no youtube, quando eram 9H07 da manhã em Moscovo, a hora a que se deu o histórico lançamento.
Heroi nacional da Rússia
Por toda a Rússia o aniversário está a ser celebrado com grande pompa. Meio século depois, Gagarine continua a ser um herói nacional e a simbolizar a dominação soviética na conquista do espaço.
Fogo-de-artifício, exposições e concertos celebram a ocasião e a agência espacial russa Roskosmos convidou cerca de quarenta representantes de agencias espaciais estrangeiras para celebrar a data no museu dos cosmonautas em Moscovo.
O presidente Dmitri Medvedev deslocou-se ao centro de controlo dos voos espaciais para falar em direto com a atual equipagem da estação espacial internacional e distribuiu condecorações a cosmonautas e veteranos do programa espacial russo durante uma cerimónia no kremlin.
Paralelamente, o primeiro-ministro Vladimir Putin também recordou o feito de Gagarine durante uma deslocação à Ucrânia. Putin tinha esta semana declarado que Yuri Gagarine foi “um homem que mudou o mundo”.
E de facto assim foi: Antes de Gagarine não se sabia ao certo se um ser humano poderia resistir às condições do espaço. Havia quem dissesse que a ausência de gravidade podia provocar a loucura, ou que as forças G da aceleração, durante a descolagem e a reentrada, esmagariam o corpo humano, para não falar dos receios dos efeitos da radiação do espaço. O seu regresso com vida provou que tudo isso era infundado e que o espaço não era algo tenebroso a ser temido.
EUA voltam a ceder lugar à Rússia no Espaço
Por ironia do destino, o ano em que a presença humana no espaço completa meio século é também aquele que a Rússia voltará a ser o único país a poder enviar astronautas e cosmonautas para a Estação Espacial Internacional, já que os Estados Unidos vão reformar os últimos dos seus vaivéns espaciais que ainda estão ao serviço.
Mas a idade de ouro da dominação russa está longe, já que o país reduziu substancialmente os investimentos nesta matéria e o seu programa espacial tem registado vários fracassos.
Moscovo tenciona recuperar do atraso e o Governo desbloqueou 800 milhões de dólares, para construir até 2018 um novo cosmódromo no leste da Rússia, perto da fronteira chinesa. Atualmente a maioria dos foguetões russos continuam a ser lançados da antiga base soviética de Baikonur, no Cazaquistão, de onde partiu Yuri Gagarine em 1961.
No entanto já lá vai o tempo em que o espaço era o monopólio das duas superpotências, Atualmente há outros competidores, como a Europa, a China ou a Índia, cada um deles com uma visão própria do que deve ser a conquista espacial.
Fonte da notícia:
RTP