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A vida de Carlos do Carmo confunde-se um pouco com a própria história do fado. Este sábado, a partir das 22 horas, o Pavilhão Atlântico, em Lisboa, recebe o fadista, num concerto em que vai revisitar, com vários convidados, 45 anos de carreira.
Apesar de, na juventude, Carlos do Carmo não ter pensado em seguir a carreira de cantor (chegou a estudar hotelaria, gestão e línguas na Suíça), tornou-se uma referência do fado desde que, em 1963, gravou o primeiro disco.
Quando o fadista der início à sua actuação, num concerto a que, afectivamente, chamou "Fado maestro", título de um dos seus primeiros fados, o público esperará que cante temas incontornáveis como "Canoas do Tejo", "Gaivota" ou "Lisboa Menina e Moça", para só citar alguns dos quase 50 clássicos que marcaram a sua carreira e aos quais deu um estilo próprio, alargando os horizontes do fado.
"A comparação é, talvez, fútil, mas atrevo-me a dizer que Marceneiro cantou os fados de Lisboa e que Carlos do Carmo canta Lisboa em fado. E, por isso, quando longe desta cidade eu o ouvia, ele trazia-me sempre naquilo que cantava a cor, o ruído, o cheiro, a gente, o paradoxo de uma saudade que doía e, ao mesmo tempo, consolava". As palavras são do professor João Lobo Antunes e foram escritas a propósito de Carlos do Carmo.
Filho de uma fadista famosa, Lucília do Carmo, o cantor passou a sua adolescência e juventude mais virado para outros géneros musicais. Admirava Frank Sinatra, Ray Charles, Louis Amstrong e Jacques Brel. Mas não esconde que apreciava o fado, ou não tivesse convivido com ele desde criança (os pais eram donos de uma casa de fados, O Faia).
Aliás, foi enquanto ajudava os pais na gestão deste espaço que, aos poucos, o fado se foi entranhando na sua alma. A pedido de amigos, também já cantava um ou outro fado. E, quando menos esperava, descobriu que havia cada vez mais público a ouvi-lo.
Pois é sobre esta vida de canções que o fadista assenta o concerto de hoje. Será acompanhado pela Orquestra Sinfonietta de Lisboa e leva consigo diversos convidados, como os fadistas Camané, Carminho e Mariza, o pianista Bernardo Sassetti, a cantora basca Maria Berasarte e o seu filho, Gil do Carmo. O espectáculo será também integrado no 125.º aniversário da Voz do Operário, pelo que as receitas do mesmo irão reverter a favor desta instituição.
Refira-se que os 45 anos de carreira do artista foram assinalados com a edição do primeiro "best of" da sua carreira, "Fado maestro", editado neste mês.
Fonte da notícia: Jornal de Notícias (Sapo)
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Etiquetas: Artista, Carlos do Carmo, carreira, Fadista, fado